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Mano conta por que não comandaria Brasil novamente e revela seu maior sonho

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

21/11/2015 06h00

Mano Menezes não esconde os seus sentimentos em relação à carreira. Treinar a seleção brasileira novamente, por exemplo, não passa por sua cabeça. Então trabalhar em um dos grandes clubes da Europa seria o maior sonho do técnico? Na verdade, não. O que ele quer realmente é fazer um trabalho consistente, que se torne referência no país do futebol.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o treinador revelou qual o seu principal desejo na atualidade. Após a passagem frustrada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), os planos são bem distintos do traçado no início da carreira.

“(Meu maior sonho) É construir trabalhos que, depois que eu pare de trabalhar, sejam referências para alguém que passou e possa dizer: “Olha, esse sujeito aí criou algo de bom para o futebol brasileiro”. É o caminho que quero perseguir”, revelou.

Atualmente com um trabalho de destaque – embora seja curto ainda – pelo Cruzeiro, Mano Menezes explica por que não pleiteia retornar à seleção e garante que não tem nada a ver com o atual presidente Marco Polo Del Nero, investigado pelo FBI por supostos esquemas de corrupção.

“Não tenho intenção de voltar à seleção brasileira e vou falar por quê. Sou um técnico que vivencia o trabalho do dia a dia e o acho muito importante. É importante também a criação de um ambiente para você tirar o melhor do jogador e poder render bem. É difícil fazer isso na Seleção, porque você tem pouco contato e pouca oportunidade de fazer isso. Eu gosto e acredito no trabalho. Penso que sou competente para fazer isso no dia a dia. Eu me sinto melhor e mais capacitado de fazer isso no clube. Não tem nada a ver com mágoa”, comentou.

Sem desejo de trabalhar novamente por uma seleção, Mano poderia ir à Europa e treinar grandes clubes, como Real Madrid, Barcelona, Bayern de Munique, Manchester United... Entretanto, o gaúcho nem sequer cogita essa possibilidade a princípio, sobretudo pelas barreiras impostas aos brasileiros no Velho Continente.

“Nunca tive um plano que me fizesse acordar todo dia e dizer: “quero ir para a Europa”. Existem duas situações para você ir à Europa. A primeira é financeira, porque os números são mais significativos e maiores e hoje não só na Europa de primeira linha, mas no continente asiático estão pagando valores muito altos. Na Rússia e no leste europeu também. É uma questão financeira, o que todo profissional deseja. A outra seria a realização de poder conquistar algo, aí você teria que ir para os principais clubes, porque senão você não conquista coisa alguma”, afirmou.

“Está muito difícil para os técnicos brasileiros irem para os principais clubes da Europa hoje. Exatamente por essa questão de formação, dificuldade da língua e outras questões que abordamos com frequência”, acrescentou.

Sem planos de deixar o país, o torcedor do Cruzeiro agradece, sobretudo porque Mano pretende construir um trabalho consistente. E é isso que a equipe mais necessita para a temporada que se aproxima.