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Gramado, pontaria e azar. Argel lista motivos para empate do Inter

Paulão bate no canto, Danilo defende o pênalti e o rebote

Gols UOL Esporte

Do UOL, em Porto Alegre

15/05/2016 21h44

Argel Fucks admitiu a frustração pelo empate sem gols com a Chapecoense, neste domingo (15), na estreia do Internacional no Brasileirão. O treinador listou, ao longo da entrevista coletiva pós-jogo, vários motivos para o placar fechado. Ele, contudo, não responsabilizou Paulão pelo tropeço e evitou reclamar da falta de reforços.

Paulão foi o batedor do pênalti sofrido por Andrigo, no segundo tempo do jogo no Beira-Rio. Mas para Argel, a falta de pontaria e até o gramado afetaram mais.

“Parecia jogo de Campeonato Gaúcho, o adversário se fechou muito e não tivemos espaço. E quando você tem chances, tem que fazer. Tem que matar. Até para abrir o adversário”, disse o treinador.

A melhor parte da atuação do Inter foi logo no começo do confronto, quando fez pressão e teve chance viva com Aylon. Antes do intervalo ainda finalizou com Sasha. Na etapa final, além do pênalti perdido, conseguiu mais duas finalizações sem grande perigo.

“A gente sabia que isso poderia acontecer, criamos o mecanismo para tentar (furar o bloqueio da Chapecoense). O gramado escorregadio prejudicou um pouco a qualidade técnica do jogo, a bola escapou mais. O nosso time é técnico”, comentou Argel.

Na reta final, diante da inoperância ofensiva, o treinador sacou Artur e colocou Gustavo Ferrareis. Com a substituição, fez três trocas de posições no time. William virou lateral esquerdo, Fabinho passou para lateral direita e Ferrareis ficou no meio. Nada salvou.

“Temos que chutar mais, ter o hábito de chutar. Fizemos poucos gols de fora da área, pecamos nisso. Mas contra um adversário que se defende muito bem, fechado, fica mais difícil. Tem dia que a bola não entra também, pode ficar 24h tentando”, declarou.

Na próxima rodada, o Internacional visita o São Paulo, no Morumbi. O jogo está marcado para domingo (22), às 16h (Brasília). Anderson, com dores musculares, precisa ser reavaliado pelos médicos. Alisson, vendido a Roma, já não deve mais atuar pelo clube gaúcho.

Confira outros trechos da entrevista coletiva de Argel Fucks

ANÁLISE DO JOGO

Parecia jogo de Campeonato Gaúcho, o adversário se fechou muito e não tivemos espaço. E quando você tem chances, como tivemos no primeiro tempo e no pênalti... No rebote ainda tivemos a oportunidade e o goleiro pegou. Faltou fazer o gol. O adversário se fechou, saiu em contra-ataque e buscou bola parada. O Alisson fez uma defesa em 90 minutos. No momento que o jogo fica duro, você tem que ser competente para matar o jogo. Abrir o adversário. Vivemos isso em vários jogos do Gauchão, inclusive na semifinal com o São José. Usamos os jogadores que temos no momento, fizemos a leitura que poderíamos fazer. Artur chegou seis vezes no fundo no primeiro tempo, no segundo nem tanto. Invertemos para ganhar um armador no meio, ter velocidade. Tivemos chances e deveríamos ter matado. Se não ganhamos, também não levamos gol. Não temos muito para falar no momento, é trabalhar.

FALTOU CENTROAVANTE

Contratação... Não estou aqui para justificar nada. Seria muito fácil ‘ah, não tem jogador’. O departamento de futebol sabe aquilo que a gente precisa, desde seis de janeiro. As contratações, claro que a gente precisa de uma referência. Não empatamos por falta do nove, não é por aí que a gente trabalha.

ATUAÇÃO CONTRA TIME FECHADO

Nós assumimos o tropeço, independente do adversário. A gente sabia que isso poderia acontecer, criamos o mecanismo para tentar (furar o bloqueio da Chapecoense). O gramado escorregadio prejudicou um pouco a qualidade técnica do jogo, a bola escapou mais. O nosso time é técnico.

MOTIVO PARA ALEX NÃO SER RELACIONADO

O Alex entrou como capitão, teve oportunidade para sair jogando. É um jogador importante, um ativo do clube, mas não diz no contrato que ele tem que ser titular absoluto. O Alex teve oportunidade, estou há 10 meses aqui e ele fez um gol comigo. Ele teve lesão, voltou e jogou. Tenho que ser justo, ver quem está melhor. Mas não perco nenhum jogador, é o trabalho dele que vai contar. No Internacional você não tem tempo, você tem pressa. O Andrigo está melhor, o Ferrareis está jogando. Faz parte. O Alex é importante? É. Confio nele? Claro que sim. Mas ele tem que entrar e aproveitar a oportunidade, não existe cadeira cativa.

ALEX FORA DOS PLANOS

O Alex vai ter oportunidade de novo, temos mais 37 rodadas. Tenho que ser justo, Ferrareis entrou na final e fez o terceiro gol. Poucos, muito poucos, não tiveram oportunidade. Muito poucos. Tenho que tratar todo mundo igual.

CARACTERÍSTICA DO TIME

Temos que chutar mais, ter o hábito de chutar. Fizemos poucos gols de fora da área, pecamos nisso. Mas contra um adversário que se defende muito bem, fechado, fica mais difícil. Tem dia que a bola não entra também, pode ficar 24h tentando.

DESPEDIDA DE ALISSON

Queríamos ter dado um presente para o Alisson, que ele saísse com uma vitória. Não conseguimos, o grupo queria dar esse presente. Mas também não perdemos, há sete jogos ele não sofre gol. Ele foi importantíssimo, deixa as portas abertas. Rendeu uma quantia importante, poderia ter esperado o contrato terminar e sair a custo zero. Mas não é do caráter dele.