Topo

Inter botou goleiros para treinar fora do gol. Entenda o motivo

Danilo Fernandes também já entrou em rotina que inclui treino com os pés no Inter - Jeremias Wernek/UOL
Danilo Fernandes também já entrou em rotina que inclui treino com os pés no Inter Imagem: Jeremias Wernek/UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

25/05/2016 06h00

Já virou rotina nos treinamentos do Internacional: lugar de goleiro não é mais só debaixo das traves. Desde janeiro, de maneira progressiva, os jogadores que usam luvas estão participando de atividades onde é trabalhada uma série de reações típicas de atletas de linha.

A ideia é exercitar os goleiros em cenários que se assemelhem as partidas e criar familiaridade no jogo com os pés. Dessa forma, eles podem participar mais dentro dos 90 minutos. Cumprindo papel até mesmo de líbero, por exemplo.

"Hoje em dia é muito importante o goleiro saber jogar com os pés. No momento de um recuo ou até sendo um líbero. Em conjunto com o Argel, sempre que possível, a gente põe os goleiros com os atletas de linha para simular situações de jogo", conta Daniel Pavan, preparador de goleiros do Inter.

Neste ano, ainda com Alisson, a prática se confirmou. Em vários jogos do Gauchão, o goleiro foi flagrado fora da área. Ainda atrás dos zagueiros, mas se apresentando para troca de passes e participação efetiva em fases do jogo.

Contra o São José-POA, na semifinal, Alisson não só seguiu a orientação como foi além. Após um escanteio a favor do Inter, o goleiro deixou o gol e foi até o círculo central dividir com Jô. Na ânsia de ajudar, o jogador ultrapassou a linha imaginária estabelecida.

A comissão técnica do Inter orienta que o goleiro avance até a região à frente da meia-lua da grande área. O limite é três metros fora da marcação. Dali em diante, qualquer passo é considerado fora da “zona de segurança”.

Nos treinamentos, um goleiro de cada vez é inserido na atividade chamada pela comissão técnica vermelha de ‘posse de bola’. Em campo reduzido, três equipes precisam controlar a bola e criar circulação constante – com limite de toques variando de acordo com a fase do exercício. Danilo Fernandes já participou.

"Mandou bem, Jacsson. Mandou bem, conseguiu criar vantagem mais de uma vez", elogiou Argel após participação do terceiro goleiro em um dos treinos. "Não tem mistério", brincou o treinador ao conversar com Danilo Fernandes no mesmo dia, depois de alteração do representante dos goleiros na atividade.

Com o trabalho de posse de bola, o plano é desenvolver tomada de decisão sob pressão, controle e capacidade de passe nos goleiros. A carga de trabalho específica, com exercícios para reflexo e agilidade, não sofre alteração.

Com mais um atleta apto a receber e manter a posse, o Inter entende que é capaz de gerar superioridade numérica mais vezes dentro de um duelo. Com maior superioridade desde o início do campo, pode obter mais espaços e facilitar a chegada ao gol adversário.

Na próxima quinta-feira, o Internacional recebe o Sport na terceira rodada do Brasileirão. Danilo Fernandes terá a chance de mostrar adaptação ao modelo de jogo contra seu ex-time.