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Bauza dá oportunidades, e São Paulo tem sete contestados contra o Coritiba

rnesto Rodrigues/Folhapress
Imagem: rnesto Rodrigues/Folhapress

Luis Augusto Símon

Do UOL, em São Paulo

25/05/2016 06h01

Sete homens e um destino. A história contada por Akira Kurosawa nos anos 1960 fez tanto sucesso que mereceu duas refilmagens. Uma cidade é constantemente saqueada por bandidos. Então, a população recorre a outros bandidos para se defender. No primeiro caso, eram samurais, nos outros, eram cowboys.

Sete homens em busca de dignidade, em busca de nova chance. Sete homens em busca de redenção e de apoio da torcida. É com sete jogadores assim que Edgardo Bauza escalou o São Paulo que tentará vencer o Coritiba, a partir das 21h50 (de Brasília) em Curitiba, no Paraná, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro.

Há diferenças entre eles. Alan Kardec e Centurión custaram muito dinheiro ao clube – R$ 14 milhões cada um – e chegaram sob muita expectativa. Chegaram a ter, por pouco tempo, o status de ídolo.

Wesley e Denis sempre jogaram com o peso de uma espada no pescoço. Nunca houve confiança total da torcida. Wesley pela fama de não se doar em campo, e Denis pela dor da ausência de Rogério Ceni.

Auro, Lucão e Matheus Reis vieram da base. A torcida tricolor tem grandes expectativas e condescendência com as joias da casa. Há quem defenda um time assim, mas eles não conseguiram mostrar futebol que justificasse tanto amor.

Denis – 124 jogos – Ficou sete anos na reserva de Ceni e, ao assumir, a torcida descobriu que tinha em seu arco um goleiro com muitas dificuldades em sair do gol.

Auro – 31 jogos – Começou bem, no final de 2014, mas logo mostrou muitas dificuldades de marcação. Foi utilizado na segunda linha, pela direita, e depois foi emprestado ao Linense.

Lucão – 77 jogos e dois gols - Estreou com status de líder, capitão da seleção olímpica e de alguém que renderia muito dinheiro ao clube. Perdeu tudo e, o pior, todo respeito da torcida.

Matheus Reis – 19 Jogos – Entrou bem na fase final do jogo contra o Atlético-MG, mostrando boa impulsão. Em todos os outros jogos, foi inseguro na defesa e acrescentou pouco no ataque.

Wesley – 51 jogos e um gol – Nos últimos jogos, como volante ou aberto na direita, tem atuado bem. Mas continua a fama de quem se dedica pouco.

Centurión – 67 jogos e oito gols – parece ser o renegado com mais chances de recuperação. Mesmo quando joga mal – e jogou mal muitas vezes – dedica-se muito ao time e à marcação. Fez dois gols no Toluca e está agradando, pouco a pouco.

Kardec – 86 jogos e 22 gols – tem feito um ano muito ruim. Perde gols incríveis, como contra o River Plate. Não ajuda na recomposição. E, pior, contra o Água Santa e o River, no Morumbi, teria chance como titular e ficou fora por diarreia.

Luiz Cunha, diretor de futebol, tem conversado muito com ele, como fez com Michel Bastos, mas o caso é mais difícil. Com Michel, o trabalho era diminuir as rusgas com a torcida. Com Kardec, é técnico.

Os sete jogadores terão a companhia de Maicon, (18 jogos e dois gols), que está se transformando em ídolo do time, Kelvin (16 jogos e dois gols), Thiago Mendes (84 jogos e 5 gols) e Lucas Fernandes (10 jogos e um gol).

Ytalo, que veio do Audax, fica no banco, como Lyanco, Rogério, João Schmidt e Renan, boas opções. Os garotos Artur e Caíque também devem ter chance no banco. Enfrentarão um rival que também tem três pontos e que aposta em Kléber Gladiador, autor de 16 gols em 16 jogos.

O time titular estará de volta contra o Palmeiras, no domingo. No clássico, não haverá poupados. Mas os dois jogos não valem três pontos?