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Palmeiras rebate WTorre e nega ter feito acordo por filme no Allianz Parque

Arena receberá um evento no dia 22, dia de Palmeiras x América-MG - Diego Salgado/UOL Esporte
Arena receberá um evento no dia 22, dia de Palmeiras x América-MG Imagem: Diego Salgado/UOL Esporte

Diego Salgado e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

07/06/2016 20h06

Horas depois de a WTorre apresentar o seu lado da história na questão sobre a exibição da pré-estreia do filme 'Independence Day: o Ressurgimento', agendada para o próximo dia 22 - e que impediria o Palmeiras de utilizar a arena no duelo contra o América-MG -, o time alviverde tratou de rebater a história.

Segundo informações apuradas pelo UOL Esporte junto ao clube de Palestra Itália, a WTorre não permitiu qualquer 'escolha' sobre qual jogo a equipe perderia a chance de utilizar o Allianz Parque. Pelo contrário, a construtora definiu a data do evento sem qualquer consulta.

Mais cedo, em virtude da péssima repercussão entre os torcedores palmeirenses, a WTorre se defendeu. "Em comum acordo falamos que era esse jogo. Não foi aleatório. Não é um bom negócio para a arena não ter jogo lá. O desafio é conciliar. Todas as marcações dos eventos são feitas sempre com o clube informado. Sabemos da importância do estádio para o clube", declarou Rogério Dezembro, diretor de negócios da construtora.

"Em relação ao filme, a gente tinha algumas janelas de datas. É a primeira pré-estreia no Brasil de um filme dessa grandeza. Não é um evento qualquer. Dividimos com o clube. O clube tentou transferir o jogo. Clube pediu para CBF, em abril, para mudar a data do jogo. Tínhamos opções de datas e poderia esbarrar no jogo do Corinthians, Santa Cruz ou América-MG. Não é algo que controlamos inteiramente", acrescentou.

As palavras do diretor da construtora, no entanto, são rebatidas pelo clube. O Palmeiras recebeu a oferta do evento com um ponto: a WTorre conseguiria retirar toda a estrutura da sessão e liberar o estádio para o dia 23. A diretoria tentou adiar junto à CBF a data do confronto, mas sem sucesso.

Diante da réplica palmeirense, a WTorre divulgou a data da sessão para o dia 22, sem uma consulta prévia ao Palmeiras, que viu-se obrigado a escolher uma nova casa para a partida contra o América-MG.

Diante das declarações de Dezembro, Paulo Nobre tratou de se pronunciar publicamente. Em entrevista à ESPN Brasil, o presidente palmeirense negou o acordo, conforme antecipado pelo UOL Esporte.

"O Palmeiras nunca concorda em jogar fora de casa. Jogar fora do Allianz enfraquece o Palmeiras. É a nossa casa. Pelo motivo que for, o Palmeiras nunca está satisfeito em jogar. Existe um contrato, a WTorre tem o direito de marcar qualquer evento no local. Quando o Palmeiras é comunicado disso, joga fora do Allianz e eles pagam a multa. É assim que funciona. A declaração dele (Rogério Dezembro) não traduz a realidade. O Palmeiras é comunicado unilateralmente que não pode usar o estádio e tem de arrumar uma solução", sentenciou Nobre, ciente da fragilidade do clube diante do contrato firmado com a construtora.

"Nós tentamos junto com a CBF transferir o jogo para o dia 23. Não foi possível. O Palmeiras não trabalha a quatro mãos com a WTorre. Apenas cumpre o contrato", finalizou Nobre. Para cada partida 'fora de casa', a WTorre precisa pagar 50% da renda aos cofres alviverdes.

Segundo Paulo Nobre, o Palmeiras definirá em breve o local da partida. "Até sexta temos que comunicar onde jogaremos contra o América. Sempre fico esperando que alguma solução surja. Mas estamos trabalhando. Acho difícil, mas estamos tentando", disse.

O presidente também falou sobre a insatisfação dos torcedores do Palmeiras, que iniciaram um protesto pelas redes sociais contra a exibição do filme no Allianz Parque no dia 22.

"Com relação ao movimento dos torcedores, Palmeiras não tem qualquer responsabilidade sobre isso. Peço que não tenham nenhum ato de violência. Acho absolutamente legítimo o torcedor ficar revoltado com o Palmeiras ter que sair do seu estádio para jogar no Pacaembu por causa de uma exibição de cinema. Não cabe a mim decidir que evento haverá no Allianz, mas uma coisa é um mega show e outra um evento desse tipo. É uma coisa que se acontecer tem que cumprir", afirmou Nobre.