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Em novo triunfo, Cruzeiro pratica lances que contrastam com ideia de Bento

Do UOL, em Belo Horizonte

13/06/2016 06h00

Paulo Bento adotou uma postura drástica no empate contra o América-MG, pela quarta rodada do Brasileiro. Após discussão com Givanildo Oliveira por conta de um lance de fair play, o português se posicionou de forma contrária à prática, por crer que se tratava de antijogo. Ele, inclusive, prometeu repreender os seus comandados caso eles colocassem a bola para fora para atendimento de atletas rivais. Porém, na vitória sobre o arquirrival Atlético-MG, neste domingo (12), dois casos contrastaram com o discurso do treinador.

Em vantagem no placar (3 a 2), o goleiro Fábio “retardou excessivamente a execução de um tiro livre”, conforme descrito na súmula do árbitro Marcelo Aparecido de Souza (SP). O lance, ocorrido aos 30 minutos do segundo tempo, acarretou na punição do capitão do Cruzeiro com um cartão amarelo.

Quatro minutos após a sanção ao dono da camisa 1, outro atleta fez o que é chamado de “cera” pelos boleiros. Ao ser informado que deixaria o campo para a entrada do zagueiro Fabrício Bruno, o atacante Riascos foi ao chão e queixou-se de cãibra. Ele foi atendido por Henrique no gramado. Porém, ao ser repreendido pelo árbitro do confronto, correu até a lateral do campo para que o defensor pudesse apressar-se para evitar o perigo em cobrança de escanteio do adversário (veja no vídeo acima).

Na coletiva de imprensa após a partida, Paulo Bento não se manifestou sobre os casos de forma pública. Entretanto, quando ocorreu algo semelhante diante da sua equipe, demonstrou ser contrário à prática do antijogo que ocorre no futebol brasileiro.

“Acho que o futebol deve ser um jogo valorizado pela objetividade. Isso é o que tento fazer, ou seja, que meus jogadores joguem de forma objetiva e leal, e que tentem aproveitar da melhor maneira possível o tempo de jogo, o tempo útil. Isso é o que tratamos. E não estou dizendo que o treinador adversário não fez isso. Não peço nunca a um jogador meu para ganhar tempo, ficar no chão”, afirmou o técnico, após a partida contra o América-MG.

O Cruzeiro, à época, se posicionou na figura do vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin. O dirigente deu apoio ao lusitano e explicou por que iria apoiá-lo:

“Quero dar todo o apoio ao Paulo Bento, à decisão dele. No Brasil, fair play foi confundido com qualquer paralisação para atrasar o jogo. A gente apoia o Paulo nisso. Vocês, que são repórteres, poderiam contar quantos jogadores do América caíram no segundo tempo. Damos apoio à filosofia dele”, comentou.