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Fã de ex-corintiano, Riascos revela que já foi zagueiro por um dia na China

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

28/06/2016 06h00

Duvier Riascos é quase um brasileiro. O país, onde está desde janeiro do ano passado, já fazia parte do cotidiano do colombiano há muito tempo.

O filho se chama Paulinho em homenagem ao ex-volante do Corinthians e o camisa 18 é admirador do futebol de dois craques que passaram pela seleção brasileira: Ronaldo e Romário. Embora seja fã de dois artilheiros natos, o centroavante do Cruzeiro é mais polivalente que a dupla e já teve que atuar até como zagueiro.

“Atualmente não tenho um jogador que me marque tanto, mas admirei muito outros brasileiros como Ronaldo Fenômeno e Romário. O Brasil é o lugar que mais revela craques e eu estou muito feliz de poder jogar aqui também por isso. É o país do futebol”, afirmou o jogador em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

“Paulinho é um craque que eu admiro muito. Tive oportunidade de enfrentá-lo quando eu estava no Tijuana e ele no Corinthians, e fiquei muito impressionado com a sua qualidade. Um volante que marcava e chegava para finalizar com a mesma intensidade, um jogador especial”, acrescentou.

Riascos, atacante do Cruzeiro - André Yanckous/AGIF - André Yanckous/AGIF
Imagem: André Yanckous/AGIF

Mas o Brasil não é o único país que marcou a carreira de Riascos. O atacante teve momentos inusitados na China, onde defendeu as cores do Shanghai Shenhua, em 2010. Artilheiro e melhor jogador da Super Liga Chinesa na ocasião, ele teve que atuar como defensor a pedido de Miroslav Blazevic, seu treinador à época.

“Lá eu fui eleito o melhor jogador do campeonato, fui o artilheiro e fiz o gol do ano. Mas na última rodada, eu estava disputando a artilharia contra um jogador chinês e a partida era justamente contra o time dele”, contou.

“Nosso time entrou em campo muito relaxado, pois não disputava mais nada na competição e ele acabou marcando um gol. Depois eu marquei um gol de pênalti também. Quando a partida estava se encaminhando para o fim, meu treinador fez uma alteração e colocou um brasileiro, e eu acabei terminando o jogo como zagueiro, e marcando o chinês que disputava a artilharia comigo”, completou.

Confira mais alguns pontos da entrevista do jogador à reportagem:

No Cruzeiro, não teve muitas chances logo que chegou. Após o empréstimo para o Vasco, se tornou titular. Mesmo que tenha demorado um tempo para alcançar este posto, você sempre contou com a admiração da diretoria, sobretudo do presidente. Isso faz diferença?
Eu simplesmente me concentro em fazer o meu trabalho da melhor maneira. Me entrego ao máximo nos treinamentos e em cada momento das partidas. Não tenho tido muitas oportunidades de gol pois tenho jogado no meio dos zagueiros e ali a gente acaba fazendo o trabalho mais “sujo” de disputar as jogadas com força, mas entendo que essa função é muito importante para a equipe pois ajuda a abrir espaço para os atletas mais leves jogarem. Sei que a torcida espera que eu faça gols e estou trabalhando ao máximo para poder retribuir essa expectativa. Fiz um gol importante no clássico contra o Atlético mas tenho certeza de que outros virão. Quando Cruzeiro estava negociando com o Vasco sobre qual seria meu destino, alguns clubes da Europa demonstraram interesse no meu futebol, mas eu disse aos meus empresários que queria ser vencedor no Cruzeiro e retribuir a confiança que depositaram no meu futebol. Acredito que estou no caminho certo.

A passagem pelo México foi a melhor de sua carreira?
Tem muita diferença do momento que vivo aqui no Brasil. No México eu joguei quase quatro anos, e consegui me adaptar rapidamente. Aqui estou na minha segunda temporada, e demorei um pouco mais para encontrar meu melhor futebol por conta do nível do futebol que se joga no Brasil. Todos sabem que aqui estão os melhores jogadores do mundo, e leva um tempo pra você conseguir atingir esse nível. Hoje posso dizer que, graças a Deus, me sinto pronto para esse desafio.

Riascos, atacante do Cruzeiro - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro - Washington Alves/Light Press/Cruzeiro
Imagem: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro

Fica feliz por ser um xodó da torcida do Vasco?
Eu sou muito grato pelo momento que vivenciei no Vasco. Tenho muito orgulho por ter deixado uma marca não só na equipe mas também junto à torcida que até hoje me trata com muito carinho.

Seu irmão caçula, Kevin Riascos, chegou a jogar no Montes Claros, time do Módulo II do Campeonato Mineiro. Ele pediu algum auxílio na vinda ao Brasil?
Na verdade ele não pediu nenhuma ajuda específica nesse momento, mas sempre que nos falamos procuro orientar e aconselhar, pra que ele sempre trate de dar seu melhor, pois isso é o futebol: dedicação, sacrifício, entrega e coração. Eu sempre procuro ser assim e espero que ele também seja. Agora ele está disputando a segunda divisão em Portugal e eu torço muito para que ele melhore cada vez mais e encontre o sucesso na sua carreira.

Você já jogou como centroavante e segundo atacante. Qual a sua opção neste caso?
Eu consigo jogar pelos dois setores. Mas me sinto melhor como centroavante, quando tenho liberdade para me movimentar e dar opção para os meias. Gosto muito de me movimentar em “facão”, explorando a força e a velocidade, que são minhas principais características.