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Argel culpa primeiro tempo do Inter e minimiza influência de áudio vazado

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

03/07/2016 14h22

Argel Fucks não viu motivação extra no Grêmio, ao contrário do que indicou Roger Machado. Depois da derrota no Gre-Nal, o treinador do Internacional deu voltas e justificou seu plano no início do clássico deste domingo (3), no Beira-Rio. E resumiu, ao seu modo, dizendo que o time precisa retomar confiança e fazer primeiro tempo melhor nas próximas partidas.

A conclusão de Argel teve como argumento os jogos em casa diante de Botafogo e Grêmio.

“O que me preocupa um pouco é que nos últimos dois jogos em casa o nosso primeiro tempo não foi bom. E o segundo tempo sim. E vínhamos com uma sequência muito boa, jogando bem o primeiro tempo. É isso que temos que buscar. Equilíbrio, um jogo mais uniforme e não esperar ficar atrás do placar para dar resposta no campo”, disse.

No duelo com o Grêmio, o Inter começou com Fernando Bob, Fabinho e Rodrigo Dourado. Argel justificou a escolha pelo estilo do adversário e minimizou a decisão de abortar o plano com menos de 30 minutos de partida.

“Pode errar, mas por ação e não por omissão. Pode trocar a forma de jogar. Levamos o gol e logo depois o Bob levou amarelo e não tínhamos mais porque jogarmos daquele jeito. E era preciso dar segurança, o adversário joga por dentro. Muito. Mas foi um jogo equilibrado, o adversário foi melhor no primeiro tempo e depois jogamos bem. Não passa pela escalação. A gente apostou para controlar o meio, tivemos isso no começo, e com o gol e o primeiro volante com amarelo, era hora de mudar”, afirmou Argel.

Confira outras respostas do treinador do Internacional

O aproveitamento não é bom. Em 15 ganha 13 e depois em 15 ganha um... Não é bom. Faz parte do futebol, acontece, e claro que interfere no campeonato. Temos que buscar a vitória para trazer confiança.

ESTRATÉGIA ERRADA

Nós estávamos com o jogo controlado, até o gol. E a partir do momento que leva o gol, precisa mudar a forma de jogar. O treinador passa por cima disso, é preciso ter essa percepção. Pode errar, mas por ação e não por omissão. Pode trocar a forma de jogar. Levamos o gol e logo depois o Bob levou amarelo e não tínhamos mais porque jogarmos daquele jeito. E era preciso dar segurança, o adversário joga por dentro. Muito. Mas foi um jogo equilibrado, o adversário foi melhor no primeiro tempo e depois jogamos bem. Tivemos mais finalizações, escanteios, chegamos à frente. Mas o resultado não é bom. Não passa pela escalação. A gente apostou para controlar o meio, tivemos isso no começo, e com o gol e o primeiro volante com amarelo, era hora de mudar. Acho que a gente mexeu no momento certo... E é só ver o panorama do jogo, depois que a gente mexeu a equipe deu resposta boa.

DESEMPENHO DO TIME

A responsabilidade é sempre minha, não é dos atletas. Nos últimos dois jogos em casa não fizemos bons primeiros tempos. Contra o Botafogo e agora. No segundo tempo tivemos 12 escanteios, sete finalizações claras. O adversário foi finalizar aos 42 do segundo tempo. O que me preocupa um pouco é que nos últimos dois jogos em casa o nosso primeiro tempo não é bom. E o segundo tempo é bom. E vínhamos com uma sequência muito boa, jogando bem o primeiro tempo. É isso que temos que buscar. Equilíbrio, jogo mais uniforme e não esperar ficar atrás do placar para dar resposta no campo. E isso não passa pelos jogadores, a responsabilidade é minha. A cobrança tem que ser em cima de mim.

INFLUÊNCIA DO ÁUDIO VAZADO NO JOGO

Não perdemos o jogo por causa disso. E ninguém fica a frente de um clube só por motivação. E quem me conhece sabe o meu trabalho, como me comporto. Isso não ganha jogo. Motivação não ganha jogo. Não é por aí, não é essa caminho.

ESCALAÇÃO IGUAL SE TIVESSE NOVA CHANCE

Falar depois do resultado é muito fácil, a gente viraria profeta do acontecimento. Quando se vai jogar um clássico, contra adversário que joga bastante por dentro, é preciso fortalecer pelo meio. E isso não foi loucura, já jogamos assim. Mas quando se toma um gol, não vamos esperar o fim do primeiro tempo. O jogo que vai dar o panorama.

TRÊS VOLANTES NO MEIO-CAMPO

Já jogamos assim, lá contra o São Paulo. E tivemos uma partida boa, fora de casa e diante de um adversário de qualidade. Jogamos algumas vezes no campeonato gaúcho também. Não conseguimos apresentar um bom futebol no primeiro tempo. A gente sabe, estamos cientes.

SEQUÊNCIA NO BRASILEIRÃO

A sequência do campeonato é difícil, não conseguimos uma boa performance. Faz parte da oscilação do time? Acredito que sim. É uma equipe jovem, por ter jogadores chegando e outros ainda atrás de maior ambientação. O Seijas fez segundo jogo, o Ariel seguramente vai ser uma opção importante para o próximo jogo. Precisamos o quanto antes de uma vitória.

PREÇO POR TER SIDO LÍDER COM TIME LIMITADO

Não, a gente nunca colocou essa expectativas. Nunca falamos que o Inter vai ser campeão brasileiro. A gente nunca elevou a faísca. A gente sabe das nossas limitações, que temos de ir sempre com a corda esticada. A gente nunca deu o passo maior que a perna. As coisas que aconteceram foram naturalmente.

PRESSÃO POR DEMISSÃO

A pressão é uma coisa normal, estou há 25 anos no futebol e sou treinador há oito anos. Procuro fazer o meu melhor, tenho consciência que tenho feito isso. Passamos trabalhos bons na parte técnica, tática e física. Nossa equipe sobrou fisicamente. No futebol tudo pode acontecer. Isso é com Argel, Muricy, Felipão, Guardiola... Faz parte do futebol. Estou tranquilo, assumindo a responsabilidade. O treinador sempre tem responsabilidade maior e dessa forma conduzo o grupo há 11 meses dentro do clube. Isso é uma coisa muito mais em nível de diretoria, eu estou tranquilo.

MURIEL TITULAR OU JACSSON DE VOLTA

Não tem revezamento. Teve no jogo do Botafogo e Flamengo. Quando a gente trata de dar oportunidade a um jogador, trata internamente. E o Muriel sabia, independente do resultado, ele jogaria contra o Flamengo.