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Cristóvão rompe com "Tite-taka" e promove mais mudanças no Corinthians

Romero ouve Cristóvão em vitória sobre o Fla, mais um jogo com poucas trocas de passes - Rubens Cavallari/Folhapress
Romero ouve Cristóvão em vitória sobre o Fla, mais um jogo com poucas trocas de passes Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

06/07/2016 06h00

Tite baseou nas triangulações o projeto de equipe do Corinthians que foi campeão brasileiro em 2015. Repetiu, no ano seguinte, todos os métodos na equipe que deixou de herança para Cristóvão Borges. Apesar dos bons resultados nos primeiros quatro jogos, o sucessor realizou uma mudança drástica na forma de atuar. Ao menos até o momento.

Segundo dados do Footstats, o número de passes certos do Corinthians de Cristóvão é de 369 por partida. A média que Tite somou até sair para a seleção brasileira era de 450 passes. Essa é a mudança mais significativa entre as poucas realizadas pelo novo treinador corintiano, disposto a manter a essência da equipe.

Cristóvão usa a justificativa do calendário apertado. Foram quatro jogos em duas semanas desde sua chegada. Mas, agora, serão quatro jogos em um mês que permitirá treinamentos, revisões de conceitos e a possibilidade de dar uma cara própria, uma identidade, ao time.

"Eles (dirigentes) acharam que meu trabalho tinha uma identificação para dar uma continuidade sem muito impacto no começo", explicou Cristóvão à Fox Sports. "Quando cheguei no Corinthians, eu sabia como adversário também que é um time que se defende bem. No primeiro jogo contra o Atlético, precisava jogar no contra-ataque. A gente levou um sufoco de quase 20 minutos e o Cássio não pegou na bola, mas também não dei dois chutes no gol", relatou.

"Então vi que havia um desequilíbrio, e fui buscar um equilíbrio. Precisava de peso no ataque, então fiz as trocas. Vou jogar para controlar mais o jogo, mas isso é uma sequência. O caminho é esse", disse ainda o treinador corintiano na segunda-feira.

Entre os desafios de Cristóvão está, provavelmente, Giovanni Augusto. Entre os jogadores mais importantes de Tite, pelos lados do campo, ele passou a atuar na faixa central e caiu de produção. Fez quatro partidas ruins sob o comando do novo treinador, e na nova função.

Por mais que mantenha a essência, Cristóvão já fez escolhas pessoais. Deu oportunidades a jogadores que estavam em baixa ou inutilizados, como Pedro Henrique e Rildo, destaques no domingo passado, e levou os jovens Léo Príncipe, Léo Santos e Isaac para o banco pela primeira vez.

O período longo para treinamentos em julho será um termômetro para o novo comandante não apenas no campo das escolhas, mas também do que pretende para o time. De expectativa para uma equipe de muitos passes, o que caracterizou seus últimos trabalhos, Cristóvão fez exatamente o contrário. Jogou de forma segura para construir resultados que permitiram uma estabilidade imediata.