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Como Corinthians validou plano e construiu próprias estrelas após desmanche

Bruno Henrique subiu de produção ao longo do ano está entre destaques do Corinthians no Brasileirão - Danilo Verpa/Folhapress
Bruno Henrique subiu de produção ao longo do ano está entre destaques do Corinthians no Brasileirão Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

12/07/2016 06h00

Janeiro era um momento de enorme preocupação dentro do Corinthians, mas o então gerente de futebol Edu Gaspar advertiu que a ideia para superar o desmanche era construir novos grandes jogadores como Gil, Jadson e Renato Augusto, por exemplo. A manutenção dessa mesma lógica de trabalho, que busca a evolução individual dos atletas no dia a dia, é o que explica a campanha de 2016.

Mesmo em uma temporada marcada por perdas na diretoria (Edu Gaspar), comissão técnica (Tite e uma série de auxiliares) e a saída de quase todo um time titular, o Corinthians disputa a liderança do Campeonato Brasileiro com cerca de 40% do torneio transcorrido. A sensação geral é que aquele plano foi validado com a construção de jogadores que podem alcançar um nível semelhante.

"A equipe está atingindo muito rápido um nível alto como no ano passado. É um nível de jogo que veio antes do tempo que esperávamos e acontece nesse momento", explica o auxiliar técnico Fábio Carille, que dirigiu a equipe em duas partidas após a saída de Tite à seleção brasileira e segue ao lado de Cristóvão Borges.

Assim, jogadores como Fagner, Balbuena, Bruno Henrique, Marquinhos Gabriel e Romero têm sido referências importantes do Corinthians que se mantém forte. A comissão técnica identifica crescimentos individuais importantes dentro do elenco que conquistou quatro vitórias seguidas nas últimas semanas.

"Há sempre a ideia de colocar cada um em suas melhores condições físicas, técnicas, táticas, e isso requer tempo. Fazemos muitos trabalhos repetitivos em cima de padrões táticos para esses crescimentos. Também há um trabalho com o auxílio de vídeos para correções que ajuda", complementa Carille.

A aposta na sequência dessa fórmula de trabalho, mesmo quando as baixas não são apenas no gramado, é o que explica a manutenção de um Corinthians competitivo até o momento. Abaixo, confira a palavra do auxiliar técnico Fábio Carille sobre a evolução dos jogadores de linha do Corinthians:

Fagner e Uendel: "Nenhuma dúvida de que a maior evolução está na marcação. Qualidade de jogo sempre tiveram. Lá atrás, jogaram como meias no início, então tinham essa dificuldade no posicionamento da linha de quatro. Hoje estão marcando muito".

Pedro Henrique: "Já o conhecíamos dos juniores. A maior evolução é técnica. É rápido, tem bom posicionamento, boa leitura, mas tomava decisões erradas em campo. A maior evolução é técnica".

Ascensão do zagueiro paraguaio Balbuena é marcante no Corinthians - Daniel Augusto Jr./Corinthians - Daniel Augusto Jr./Corinthians
Ascensão do zagueiro paraguaio Balbuena é marcante no Corinthians
Imagem: Daniel Augusto Jr./Corinthians

Balbuena: "É da escola paraguaia. Conhece muito bem o funcionamento da linha de quatro defensiva e teve um rápido entendimento. Desde que estou aqui, é o zagueiro com quem menos precisei ensinar essa questão. Já veio pronto, em dois ou três treinos já deu para perceber que entendia de toda a organização. Os jogadores paraguaios, uruguaios e argentinos estão à frente nesse aspecto".

Bruno Henrique: "Conhecíamos desde o Londrina e a Portuguesa como segundo volante. Está trabalhando como primeiro e muito bem na marcação e na iniciação de jogadas. Tem muita força para marcar, mas era muito faltoso. Hoje está melhor, consegue se controlar e está crescendo".

Rodriguinho: "Sempre foi meia, de jogar atrás do centroavante. Hoje está mais atrás, na iniciação de jogadas ao lado do Bruno Henrique e foi muito bem nos últimos jogos fazendo essa função e chegando na frente".

Romero: "Veio lá de fora com essa leitura tática. Você fala o que precisa fazer e ele entende rápido. Ganhou confiança e está muito bem".

Giovanni Augusto: "Estava muito bem na função do Jadson, acompanhando o lateral, chegando à frente. Deu uma resposta rápida no começo do ano. Agora pelo centro está se adaptando. Ano passado, fez 36 dos 38 jogos do Atlético-MG no Brasileiro nessa função. Contra a Chapecoense, já fez um jogo bem melhor, distribuiu mais a bola. Também estava com um problema no tornozelo, agora se recuperando vai crescer".

Marquinhos Gabriel: "Chegou pronto, já fazia pela direita no Santos o papel que vem fazendo. Pelo Bahia, com o Cristóvão, ele havia jogado do lado esquerdo, então havia um conhecimento. A maior evolução é física, era natural que ele sofreria no início por vir da Ásia. Mas, jogando e com os trabalhos paralelos, está alcançando seu melhor nível".

Luciano: "Tem tido dificuldades, sim, mas está trabalhando bastante. Está um pouco ansioso para fazer gols, como havia saído como artilheiro do time. Mas é um jovem, é trabalhador demais e vai crescer".