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Paulão relata ataque a carro e critica protestos no Internacional

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

21/07/2016 18h50

Paulão revelou novos fatos dos últimos dias vividos no Internacional. Nesta quinta-feira (21), o zagueiro contou que alguns jogadores tiveram carros danificados depois da derrota para o Palmeiras – a quinta consecutiva do time no Campeonato Brasileiro.

Capitão do time, o camisa 25 ainda disse não temer o rebaixamento e afirmou já notar evolução da equipe sob comando de Paulo Roberto Falcão.

“Essa manifestação (protesto) vai ser favorável se vier em paz. Sem arranhar carros, arranharam meu carro e de outros. Ninguém tem medo de ninguém, aqui tem marido, pai e filho de alguém. Se vier para conversar, vamos ouvir”, disse Paulão.

Um dia antes, 30 pessoas foram até o CT do Parque Gigante para reclamar da fase do time. Sem vencer há sete partidas e com cinco derrotas seguidas. Rojões foram disparados e pedras arremessadas em direção ao gramado.

“Eu tenho minha opinião, ela não é favorável a isso (protesto). Mas sou profissional, sei que acontece. Violência gera violência. Para vir e reclamar, protestar, tem que ter motivo. Se acha que tem marginal, vagabundo e mercenário, tem que estudar e se informar antes. Nós estamos aqui com chuva e sol, trabalhando sempre. Esses não são torcedores. Na minha visão, não são torcedores esses caras”, afirmou.

No domingo, depois da derrota para o Palmeiras, torcedores esperaram os jogadores no edifício garagem contíguo ao estádio. Seguranças do local e do Inter tentaram formar um cordão de isolamento e no fim, chamaram a Tropa de Choque da Brigada Militar. Houve confusão e pelo menos um ferido.

“O reflexo disso a gente vê no fim do jogo. Todo mundo preocupado com uma pedrada que pode levar ou acertar o carro. A gente não leva isso para dentro do campo, do vestiário. Não são torcedores, são caras que querem aparecer. Gritar na beira do campo vai mudar o quê? Vamos tentando trabalhar e ao invés de apoiar, vem atrapalhar”, declarou.

Confira outras respostas do capitão do Internacional

PRIMEIRAS IMPRESSÕES DE PAULO ROBERTO FALCÃO

Tivemos pouco tempo antes do jogo contra o Palmeiras, agora mais um tempo. O primeiro contato está sendo bom, é aquela preocupação e vontade e de trabalhar de todos. Ele mostra uma filosofia diferente. Cada um tem a sua. Estamos aqui para fazer o que ele pede. Contra o Palmeiras já tivemos uma postura diferente. As funções que ele pediu nós obedecemos. Não foi o resultado que esperávamos, mas isso não vai da função. Mostra que nosso time teve evolução. Nós sentimos uma mudança, era preciso mudar mesmo. O jogador tem que acreditar na ideia, nós acreditamos. Como foi com os outros treinadores. Nós compramos a ideia, estamos trabalhando em função disso.

REFLEXO DAS AÇÕES

O reflexo disso a gente vê no fim do jogo. Todo mundo preocupado com uma pedrada que pode levar ou acertar o carro. A gente não leva isso para dentro do campo, do vestiário. Não são torcedores, são caras que querem aparecer. Gritar na beira do campo vai mudar o quê? Vamos tentando trabalhar e ao invés de apoiar, vem atrapalhar. Eu chego em casa, com minha família, e minha cabeça está pensando no jogo e no trabalho o tempo todo. Não adianta chegar aqui e tentar oprimir. Não vai um arranhão ou xingamento que vai nos fazer querer jogar mais. A vontade de jogar é interna, é nossa e não é o torcedor que vai mudar. Eles podem ajudar. Não podemos deixar que isso nos faça ficar menor. Não estamos aqui à toa. Temos que deixar isso de lado e trabalhar.

EVOLUÇÃO NO TIME COM O NOVO TÉCNICO

Evolução, para quem está diariamente trabalhando, se nota. Para quem não está no dia a dia, surge no jogo. A gente teve mais toque de bola, não teve mais balão. A gente ficava espaçado e agora estamos próximos, fazendo a bola sair diferente. Com o tempo o posicionamento vai encaixar. Essa evolução a gente está vendo mesmo. O que vi no jogo: o Palmeiras não criou tanta dificuldade, claro que eles tiveram méritos. Mas no primeiro tempo teve o gol, a gente com a posse e com balanço. A gente vê que não estamos longe, esperando uma jogada individual para decidir.

VOLTAS DE DANILO FERNANDES E VALDÍVIA

A gente sabe a qualidade que o Danilo tem, uma grande capacidade debaixo das traves. Um jogador frio para a função dele. Ele vai voltar em uma partida complicada, mas que pode dar muita força ao time. O Danilo vinha jogando, passou segurança. A auto estima eleva em uma situação difícil. O Valdívia também, é um excelente jogador. Ele tem bom chute de fora da área, um contra um muito bom. Vamos ter um jogador de segurança atrás e um cara que pode resolver na frente.

PRIMEIRO TREINO DE NICO LÓPEZ

A gente sabe da qualidade do jogador. O primeiro contato é tímido, chegou e está chegando. Seria assim comigo também, em outro clube. Mas ele mostra ter muita qualidade. Uma perna esquerda muito potente. Finaliza muito bem. O primeiro contato é chamar o cara para o teu lado, que pode confiar em todo mundo.

FALCÃO E O FIM DO CHUTÃO

O Falcão passou isso para a gente, que o balão é uma ilusão de 10 segundos. Mas Às vezes pode ser favorável. No futebol, sempre se pensa que o  adversário pode errar. A ilusão pode ser boa. Por ele ter tido logo isso na apresentação, se sente que ele quer algo diferente. O Argel não pedia isso, mas nós acreditávamos na velocidade dos nossos atacantes. O Falcão é outra filosofia, ele quer saída de bola sem chutão. Quer criar uma situação para o goleiro sair jogando. É um estilo diferente mesmo. Se for possível, os 90 minutos com a bola pelo chão.

JOGAR FORA DE CASA NA CRISE

A gente quer estar sempre perto de quem quer o nosso bem. Estar próximo do torcedor o tempo todo. Mas temos que jogar fora, tem essa dificuldade de jogar fora. Mas pode ser importante jogar fora. Talvez os ânimos estejam diferentes na volta. Torcedor que veio tentar quebrar o nosso carro pode querer autógrafo depois.

META DO INTER NO BRASILEIRÃO

Para ganhar da Ponte Preta. No momento, para ganhar da Ponte Preta. No momento difícil que estamos, não podemos pensar muito além. Nós temos que vencer o próximo jogo. Minha vontade e comemorar o título em dezembro, mas não posso falar agora que quero isso. Vão falar que eu estou viajando. Por todo meu respeito ao Inter, temos que vencer o próximo jogo.

ANSELMO NO TIME TITULAR

Futebol não se resume a um jogo, ele foi bem no Joinville. Podemos precisar de um cara de marcação, um cara para ficar à frente da área. Se o Anselmo for usado, pode ajudar.

TEMOR DE CAIR PARA A SEGUNDONA

Não temo o rebaixamento. Não vamos cair, na real. Está muito longe. Estamos na 15ª rodada e tudo pode acontecer no futebol, claro. Mas precisamos trabalhar com pensamento elevado. Quem está pensando em rebaixamento não pode estar com a gente. Pela qualidade que nós temos, tivemos capacidade de estar em situação diferente.