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Caso de corintiano faz Palmeiras ter confiança em pena branda para Arouca

Arouca testou positivo para o uso de triancinolona - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Arouca testou positivo para o uso de triancinolona Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

01/09/2016 06h00

O segundo caso de doping em menos de seis meses, teoricamente, resultaria em uma crise no departamento médico do Palmeiras. Teoricamente. A tranquilidade demonstrada pelos médicos na quarta-feira (31), quando Rubens Sampaio e Vinícius Martins falaram sobre o resultado no exame do volante Arouca, tem uma explicação: o caso do corintiano Yago.

O defensor do Corinthians, que testou positivo para betametasona após tratamento para curar uma inflamação no joelho, permaneceu apenas 30 dias suspenso, período do castigo preventivo imposto pelo tribunal desportivo.

O caso do corintiano se assemelha ao de Arouca na visão dos médicos - o exame do palmeirense apontou para triancinolona, fruto de uma infiltração no joelho esquerdo operado em 3 de junho.

"É o mesmo caso do Yago, um quadro de processo inflamatório do joelho, também é um gluco-corticoide", explicou Rubens Sampaio, que atestou a inocência do clube e do jogador.

"Eu acredito que sim [Arouca receberá apenas a suspensão preventiva de 30 dias]. Imaginamos que a concentração do medicamento deve ser baixa", acrescentou o médico do Palmeiras.

Segundo a defesa apresentada pelo departamento médico, o clube de Palestra Itália utilizou a substância por uma 'via permitida'; no caso, Arouca recebeu uma infiltração para amenizar a inflamação no joelho.

"A gente precisa de uma autorização para uso terapêutico quando vai usar nas vias que não são permitidas. Temos a prova disso, porque temos outro atleta que usou corticoide por outra situação", afirmou Rubens Sampaio.

"Vamos defender o atleta e a conduta do departamento médico. A defesa vai se basear no fato simples de que o corticoide é permitido em algumas vias e em outras não. Usamos a permitida. Fica até um pouco repetitivo", completou o médico palmeirense.

A suspensão preventiva de 30 dias de Arouca contará a partir do momento em que o Palmeiras receber um segundo comunicado da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o qual origina-se depois de o clube emitir uma nota na qual abdica da contraprova - ainda na última quarta, o departamento jurídico alviverde tratou de enviar este documento à entidade reguladora do futebol nacional.

Cuca reclama

O tema Arouca voltou à pauta depois da vitória por 3 a 0 do Palmeiras sobre o Botafogo-PB, em duelo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O técnico Cuca reclamou da suspensão preventiva sobre o volante, que permanecerá 30 dias afastado dos gramados antes mesmo de qualquer julgamento definitivo.

"A ausência do Arouca. Ele não tinha cabeça hoje de ir para o banco. Não tinha como o Arouca estar com a cabeça diferente de como está, porque é um absurdo", disse o treinador.

"O rapaz faz uma infiltração no joelho, no domingo vai a Porto Alegre, não entra no jogo, cai no doping. Como fica a cabeça dele? Não vou fazer nada, então. Pode cair em doping. Outro dia teve o menino do Corinthians, agora teve o do Internacional. Não digo que nosso DM está errado, se o medicamento pode ser usado, como pode manchar o nome de um jogador com uma carreira tão bonita como a do Arouca? Ele tem de estar em casa louco da vida, como ele deve estar e eu estaria também", finalizou.