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Como sequência longe de casa pode ser benéfica para Inter sair da crise

Celso Roth comandará o Internacional longe de casa nos próximos jogos - Ricardo Duarte/Divulgação Inter
Celso Roth comandará o Internacional longe de casa nos próximos jogos Imagem: Ricardo Duarte/Divulgação Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

17/09/2016 06h00

O Internacional embarca neste sábado (17) para uma sequência de três jogos fora de casa. Os adversários serão América-MG e Atlético-MG pelo Brasileirão, e Fortaleza pela Copa do Brasil. Em crise e recebendo pressão da torcida, o período fora de Porto Alegre não chega a ser considerado ruim internamente. 

Um dos principais problemas do time, atestado por jogadores, direção e comissão técnica, é psicológico. A bola está 'queimando' nos pés tanto dos mais jovens quanto dos mais experientes. E a falta de tranquilidade para arriscar também é reflexo da presença dos aficionados. 
 
A torcida do Inter tem feito sua parte. Mesmo com o time mal na classificação, a presença tem se mantido considerável. No último jogo, por exemplo, foram mais de 24 mil torcedores presentes. Mas a ânsia de acertar e o medo das cobranças que ocorreram repetidamente no momento ruim acaba atrapalhando muitos jogadores. 
 
"Tem que ter coragem, tentar, arriscar, tem que ter personalidade para continuar tentando. Temos noção do perigo e isso também nos atrapalha muito", disse. "O aspecto emocional, se eu falar que está bom é mentira. Não é de agora que estamos preocupados. Precisamos de uma sequência de vitórias para descansar um pouco. Não temos mantido o padrão. O emocional é o que mais pega porque é pesado viver isso", completou o jogador, um dos mais experientes do elenco. 
 
Depois da derrota para o Vitória, novo protesto dos aficionados que só ampliou o clima de tensão. Tanto que nenhum dos jogadores passou pela zona mista para conceder entrevistas. Em vez disso, procuraram uma saída alternativa do estádio para não ter qualquer contato com a torcida. 
 
Através das redes sociais, alguns torcedores do Inter arquitetam uma manifestação antes mesmo do elenco viajar. Neste sábado, no aeroporto, há um princípio de organização de cobrança e apoio. 
 
"Não posso entender que jogar com sua torcida é negativo. Por mais que tenha pressão, não pode ser assim. Na semana passada foi maravilhoso. Hoje (quinta) eles estão cobertos de razão, porque não fomos bem. Sabemos que quem puxa a torcida é o time em campo. E depois, a torcida leva o time a seguir jogando bem", avaliou Celso Roth. 
 
E exatamente pela pressão exercida é que ficar um pouco distante da capital gaúcha é visto como uma das maneiras de escapar de crise pelo Inter. Fora de casa, qualquer erro passará em branco e protestos pós-jogo só poderão existir no regresso. Sob a ótica vermelha, ainda, uma série de bons resultados pode acalmar de vez o ambiente e alavancar uma reação contra a zona de rebaixamento. 
 
O primeiro compromisso será diante do América-MG, na próxima segunda-feira. O jogo é confronto direto para escapar das últimas posições.