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Ira não leva a nada, temos que repercutir a brincadeira, diz Levir

Do UOL, em São Paulo

25/09/2016 18h41

O técnico Levir Culpi, do Fluminense, não quis polemizar sobre a arbitragem após a vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians.

Quando questionado sobre o desempenho do árbitro Anderson Daronco, que não assinalou um pênalti para a equipe carioca, mas validou um gol irregular de Cícero, o treinador fez um discurso cheio de rodeios.

“Na verdade, eu percebi que houve um pênalti sobre o Marcos Júnior. Se o juiz desse aquele pênalti, o Corinthians poderia ganhar por 5 a 1. Não sei o que aconteceria. A gente tem que repercutir a brincadeira, a gozação. A ira não soma nada a quem ganha e a quem perde. Hoje foi o jogo para o torcedor do Fluminense curtir. Fico feliz porque sempre tive dificuldades em Itaquera. Tem que comemorar porque, do jeito que foi, com gol no final, foi espetacular. Brasileiros são muito emotivos. Nem quero comentar sobre arbitragem”, argumentou.

Levir também disse que vai manter os pés no chão, pois todos os jogos do Campeonato Brasileiro são difíceis.

“A gente ainda sofre. Estou valorizando esta vitória. É isso que a gente quer fazer. Os clubes da competição são muito bons. A competitividade é muito grande. O Corinthians poderia ter vencido a partida. O que vale é a brincadeira. Não gosto desta coisa revanchista. Quero ficar quietinho, humilde porque o outro jogo vai ser difícil, mas temos que comemorar esta vitória”, continuou.

O técnico do Fluminense também falou sobre a situação dos árbitros no Brasil: “Tive uma conversa com o Simon. Estamos pensando muito sobre isso. Poucos árbitros vivem da arbitragem. Eles são muito mal remunerados, a exemplo dos professores. Quem queria ser o Daronco hoje? É muito difícil. A CBF tem que remunerar melhor os árbitros. Ninguém sabe da situação deles, a gente só não gosta deles. Eles têm que ser profissionais para podermos cobrá-los profissionalmente”.

Levir ainda afirmou que, ao seu ver, a vitória contra o Corinthians foi honesta: “A gente quer ter uma vitória honesta. Não podemos comemorar uma vitória que não seja honesta. Foi uma vitória honesta ao me ver. O jogo foi interessante e acabou de um jeito espetacular”, disse, sem falar sobre o impedimento de Gum no lance do gol de Cícero.

Por fim, o treinador fez uma autocrítica: “Pela minha avaliação, pela maneira que gosto de jogar, precisamos ajustar algumas coisas ofensivas mais do que defensivas. É a minha responsabilidade também”, completou.

Bate-boca com repórter

Levir Culpi não gostou de ser questionado sobre as reclamações da última quarta-feira, quando o Fluminense foi eliminado pelo Corinthians da Copa do Brasil.

Um repórter perguntou ao técnico se não houve um exagero na ocasião. O treinador, então, respondeu de forma irônica.

“Você está enganado. Pelo jeito você não gosta do Fluminense...”, disse Levir.

O jornalista o interrompeu: “Quarta foi exagerado. Vocês reclamaram muito e hoje está passando a mão na cabeça do juiz”.

“Agora você comprovou que está chateado. Você vai ouvir o que eu quero falar, não o que você quer ouvir. O primeiro prejudicado hoje [domingo] foi o Fluminense que não teve um pênalti marcado”, retrucou o treinador.

“Não estou chateado. Não há chateação. Nem sou corintiano, a questão não essa. Mas houve um exagero na quarta”, afirmou o repórter. A discussão foi encerrada e a coletiva continuou com  a pergunta de outro jornalista.