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PM retém torcedores do Corinthians no Maracanã para encontrar agressores

Reprodução/Esporte Interativo
Imagem: Reprodução/Esporte Interativo

Vinícius Castro e Ricardo Perrone

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/10/2016 20h49

A Polícia Militar reteve torcedores do Corinthians após o final da partida contra o Flamengo no estádio do Maracanã. O objetivo era identificar os torcedores que participaram de uma confusão antes do jogo e agrediram um PM. Quase três horas depois do jogo foi quando começaram a ser liberados os membros das organizadas, sendo que 40 foram detidos e levados a delegacia para prestar depoimento.

"Eles serão apresentados à autoridade policial, o delegado lá da Central de Garantias da Cidade da Polícia e as autuações serão feitas a partir das identificações dos torcedores apreendidos. O que agrediu, o que apenas incitou... Todas as ocorrências lá serão desmembradas e aí fica a critério do delegado de plantão fazer as autuações", esclareceu o Major Sílvio Luiz.

Na operação, as mulheres que estavam na torcida organizada foram liberadas e ficaram ao lado de fora aguardando os homens para poderem ir embora. Nas arquibancadas, os integrantes das organizadas foram vistos sem camisa durante a averiguação da polícia, que estava em busca de identificar a tatuagem de um dos agressores. 

"A identificação foi feita através de fotos e imagens. Os agressores aos policiais foram identificados e todos foram conduzidos para a Cidade da Polícia na Central de Garantias. São 40 detidos. Muitas identificações foram feitas através de tatuagens para facilitar", explicou o Major Sílvio Luiz.

Ainda no intervalo da partida, os policiais pediram para os integrantes das torcidas organizadas descerem com todos os materiais para fazerem uma averiguação. Mas na volta para o segundo tempo, esses torcedores retornaram.

O policial agredido passa bem, apesar de estar com as marcas da agressão, não precisou ser encaminhado ao posto médico do estádio.

O clássico entre cariocas e paulistas terminou empatado em 2 a 2. Com o resultado, a agremiação rubro-negra ficou com 61 pontos, um pouco distante da briga pelo título, já que o Palmeiras derrotou o Sport e abriu seis pontos de vantagem. Já os alvinegros agora somam 49 pontos e entraram na zona de classificação para a Copa Libertadores do ano que vem, na sexta posição.

"Aqui em São Paulo, já prendemos mais de 350 torcedores violentos. É preciso que todos se unam. Não havia necessidade de eles estarem no Rio de Janeiro se não destinassem uma carga de ingressos à torcida uniformizada, poderiam destinar a famílias, ao torcedor comum. Se pegar todos os crimes dano qualificado, lesão corporal, formação de quadrilha, poderíamos ter por volta de sete anos. Mas é preciso mantê-los presos. Se forem liberados, vão levar o B.O. como troféu. Eles têm que ficar presos, ou serem afastados dos estádios até o fim do processo", comentou Paulo Castilho, promotor do Ministério Público.

Corinthians repudia atitude da PM

Em nota oficial divulgada em seu site, o Corinthians disse que a polícia teve uma atitude covarde e aprisionou 3 mil torcedores. Além disso, criticou a PM por não ter conseguido prender os torcedores em flagrante.

"É inaceitável que uma briga aconteça dentro do estádio entre alguns torcedores e a Polícia e a mesma não tenha capacidade de prender em flagrante os envolvidos, fazendo com que todos os outros corinthianos que lá estejam sejam agredidos como cidadãos".

Confusão antes do jogo

Antes do apito inicial, a torcida do Flamengo jogou copos na direção do local onde a torcida corintiana estava acomodada. Irritada, a torcida do Corinthians tentou invadir o local dos rivais e a PM reagiu. A quantidade de policiamento não foi suficiente e um policial chegou a ser agredido por corintianos. 

"Infelizmente hoje tivemos vários problemas de muitos torcedores tentarem entrar no estádio de forma irregular. Então precisamos de realocar policiais para o lado de fora. A torcida aproveitou esse momento para criar a confusão. O policiamento era suficiente, o normal de todos os jogos do Maracanã", falou o Major Sílvio Luiz.