Topo

Choro, reza e festa de título: Palmeiras alivia 'peso' e fica perto do topo

Cuca admite pressão do Santos e diz que vitória tirou peso do Palmeiras

UOL Esporte

José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

07/11/2016 06h00

O desgaste emocional apresentou-se até maior que o físico. A vitória por 1 a 0 sobre o Internacional aproximou o Palmeiras ainda mais do título do Campeonato Brasileiro, e a comemoração no Allianz Parque atingiu proporções surpreendentes para quem administra com cautela a disputa pela taça. Teve choro, reza no gramado e inúmeros agradecimentos.

A partir do momento do apito final por parte do árbitro Péricles Bassols, a festa no Allianz Parque tomou proporções de título. Apesar do tradicional grito de 'é campeão' ainda não figurar nas cadeiras da arena palmeirense, a vibração das 30 mil pessoas contagiou o elenco.

A atitude mais chamativa ocorreu quando jogadores, comissão técnica e funcionários se reuniram praticamente no centro do gramado para uma roda de oração. Em meio ao ato de fé dos atletas, as milhares de pessoas no Allianz Parque entoaram o hino palmeirense.

Os discursos dos jogadores e a reação imediata do torcedor atingiram diretamente o elenco. O meio-campista Dudu e o goleiro Jailson eram os mais emocionados e não esconderam as lágrimas ao deixarem o gramado; o alívio pelo resultado positivo era evidente.

A pressão exercida pelo Santos, que mais cedo derrubara a diferença para apenas três pontos, refletiu dentro do elenco. O próprio Cuca admitiu o nervosismo do elenco no último domingo. A tensão passou apenas com o apito final e a conversa no meio do gramado, que terminou em agradecimento aos céus.

"É difícil, você passa o tempo todo dentro de um clube grande que não ganha há 22 anos. É uma carga em cima do Dudu, que tem 24 anos. Ou do Guedes, que tem 19. Do Jesus, que tem 19. Do Tchê Tchê. É um peso em cima desses meninos, peso enorme que pouco a pouco vai saindo", contou Cuca.

Vitor Hugo Jailson Zé Roberto alívio Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras - Cesar Greco/Ag. Palmeiras
Palmeirenses não esconderam o alívio com o fim do jogo no Allianz Parque
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

O técnico, inclusive, atribui o futebol mais pragmático ao psicológico. Mesmo consolidado na liderança e a apenas sete pontos de conquistar o título sem depender de qualquer outro resultado, o Palmeiras ainda sofre com a pressão, segundo o próprio treinador.

"O dia que o Palmeiras for campeão vocês vão ver outro tipo de futebol. Vai sair um caminhão de cimento das costas e os caras vão jogar leves", declarou.

"Não é fácil jogar num Palmeiras há tanto tempo sem o título. A gente estava 15 partidas sem perder e perdemos para o Santos, uma coisa normal. Administramos bem a derrota e por isso jogamos bem hoje", analisou o treinador.

Para retira a carga emocional do elenco, Cuca e a comissão técnica optaram por dois dias de folga para os jogadores. O elenco, com exceção aos convocados Gabriel Jesus (Brasil) e Yerry Mina (Colômbia), se reapresenta apenas na quarta-feira, dia de trabalho em dois períodos.

Quer receber notícias de Palmeiras ou Internacional de graça pelo Facebook Messenger? Clique AQUI e siga as instruções.