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Jogadores do Inter engrossam coro de presidente e pedem para não jogar

Do UOL, em Porto Alegre

01/12/2016 18h47

Os jogadores do Inter se reuniram e pediram para a última rodada do Brasileiro não ser disputada devido a tragédia por conta da queda do avião que matou 71 pessoas, entre elas boa parte do elenco da Chapecoense que iria disputar a final da Copa Sul-Americana, na Colômbia. O elenco falou conjuntamente na sala de imprensa do clube.

"O fato é muito maior do que qualquer situação. Em solidariedade a todos da Chapecoense, aos familiares das vítimas e dos sobreviventes, que se envolvem com a Chapecoense, a cidade de Chapecó. A gente quer dizer que se fala muita coisa, mas, para ser bem direto, não se comparam as situações e o momento mais do que excepcional de tristeza. O campeonato fica nessa dúvida. Não tem tabela, não tem nada. A gente gostaria de deixar bem claro, por uma questão de respeito e emocional, que não teríamos condições de jogar a última partida. Como somos profissionais, respeitamos hierarquias, leis e regras. Se houver, vamos cumprir. O nosso sentimento com a situação toda, pelo que sentimos, é de não ter rodada", disse o meia Alex em nome do grupo. 

Logo depois, o presidente do Internacional, Vitório Píffero, se manifestou em nome do clube no fim da tarde desta quinta-feira. Segundo ele, não há clima para última rodada do Campeonato Brasileiro.

"O clima é ruim. Os colegas de vocês (jornalistas), deles (jogadores)... É muito complicado. Eu concordo com os jogadores, e vamos acatar o que for definido", disse o mandatário. "Não abro mão de nada, é um sentimento. O campeonato estaria incompleto. Mas agora, ninguém deu causa a isso. O adiamento deu um pouco, mas não haveria condições de se jogar no final de semana. É um fato lamentável que vitimou a todos. Temos que criar algo novo para ver uma solução que traga conforto aos familiares dos que faleceram. Não podemos lotar estádios Brasil afora. Rivalidade, jogo, não existe. Vimos a homenagem do Atlético Nacional que conquistou o mundo. Emocionante a torcida, nem tanto o clube, mas a torcida", completou. 

O Inter briga para evitar o rebaixamento. Na última rodada precisa vencer o Fluminense e ainda contar com tropeço de Vitória ou Sport. E segundo o mandatário o Colorado não seria rebaixado imediatamente, mas o campeonato ficaria em aberto.

"Não creio que seja a melhor situação (rebaixar o Inter). Coloquei um sentimento de dificuldade de realizar a última tarefa, decorrente de um fato que abalou a todos. Então, a solução, não sei dizer. Se tiver que ser esta, não sei dizer. Falo da dificuldade em fazer este ato que é o último jogo", disse. 

Na rodada final, o adversário será o Fluminense, no Rio de Janeiro. 

"Não pensamos em maneira legal, não será uma boa rodada neste clima, independente do que possa ocorrer. Não estou abrindo mão do campeonato, só colocando um sentimento. O campeonato estaria incompleto, não teria condições para jogar nesta semana. É um fato lamentável, temos que criar alguma solução que traga conforto", completou Píffero. 

Articulação fora de campo contra o Vitória

Enquanto isso, o departamento jurídico do Inter ingressou nesta tarde com uma manifestação oficial no STJD pedindo que documentos entregues fossem inclusos em uma ação movida pelo Bahia alegando a inscrição irregular do zagueiro Victor Ramos, do Vitória. O Colorado quer que o time rubro-negro perca pontos em 26 jogos, número de partidas que o jogador atuou. 

"Não tem clube no Brasil com tanta autoridade para recorrer à Justiça como o Inter. Em 2005 perdemos na justiça desportiva brasileira... Voltando os jogos, teríamos sido campeões. Nos tomaram o título na mão grande. Ninguém tem mais autoridade que o Internacional. Por este motivo, de buscar o reconhecimento da situação de um jogador que poderá reverter em pontos", disse o mandatário. "Vamos atrás do nosso direito", finalizou.