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"Não estou aliviado com essa posição", diz corintiano Guilherme

Do UOL, em São Paulo

05/12/2016 19h49

Depender de resultados de outras equipes na última rodada do Campeonato Brasileiro deixa Guilherme desconfortável no Corinthians. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, o meia-atacante Marlone e ele trataram a respeito da possibilidade de jogar a Copa Libertadores e falaram sobre o momento corintiano.

"Eu não estou aliviado de estar nessa posição, não. O grupo que temos, a quantidade de jogos que tivemos na mão e não vencemos...claro que isso acontece com todos, mas não sinto alívio. Sou um cara vencedor, vim para um clube vencedor, meus companheiros são vencedores, como vou ficar aliviado? Mas se 30 pessoas de um clube vão embora e outras 30 chegam é uma situação atípica", afirmou Guilherme, de volta aos titulares. 

"Nossa cabeça não tem esse alívio, não", disse também Marlone ao ser perguntado sobre o atual sentimento do grupo. "Quando estávamos aqui víamos o Corinthians lá em cima e chegamos aqui com essa responsabilidade. Poderíamos estar numa classificação melhor. Mas teve muitas mudanças durante o ano, o que não nos tira a responsabilidade. Tudo o que aconteceu demora um tempo para firmar. Mas vamos pegar nossa última ficha para tentarmos a classificação à Libertadores", comentou. 

"Pela história do clube não posso dizer que é um grande fracasso porque foi um ano de mudanças, adaptação, mas o lugar do Corinthians não é nessa situação em que estamos", frisou Marlone. "Tomamos a responsabilidade que merecíamos dar mais para colocar o Corinthians onde ele merece estar. Oscilamos muito, mas não podemos pegar como fracasso. Temos uma responsabilidade nos ombros e reconhecemos que não é nosso lugar. Mas temos esse último jogo e estamos focados em ir lá e buscar a vitória", complementou. 

O meia, que também será titular diante do Cruzeiro no domingo, se lembrou das mudanças diversas. "Tivemos quatro treinadores ao longo do ano, cada um com uma visão, um estilo. Ao mesmo tempo disso, deixamos muito a desejar, jogos que poderíamos ter vencido e não vencemos. Mas não podemos misturar coisas políticas do clube com dentro das quatro linhas", comentou Marlone. 

O ponto de vista apresentado por Guilherme, que por sinal é muito amigo do jogador que teve ao lado na entrevista, foi semelhante. "Eu acho que o clube e nós jogadores corremos risco o ano inteiro sobre classificações e títulos. Pelas mudanças e tudo o que aconteceu. Não conseguimos manter uma linha e um foco. Mas o que foi até agora não volta mais. Temos que aplicar no ano que vem. E um clube como o Corinthians não pode viver dois anos dessa forma. Nossa obrigação, já falando do ano que vem, é outra", lembrou. 

Guilherme também foi perguntado sobre o desempenho ruim, a oscilação do Corinthians como visitante. "É do campeonato. Talvez tenha faltado uma linha, manutenção de um esquema, às vezes até de titulares, tivemos muitas trocas no time titular. Essas coisas dificultam, não tem um ponto só causador. Mas nós somos responsáveis, nós entramos em campo. Não é momento de citar motivos ou situações, porque estão mais do que claras, mais do que óbvias. Vamos tentar terminar fazendo um jogo talvez como o que não tenhamos feito até aqui, com a cara do Corinthians, e esperar os resultados". 
 
Para ir à Copa Libertadores, o Corinthians obrigatoriamente precisa vencer o Cruzeiro fora de casa. Além disso, depende um tropeço qualquer de Botafogo (fora contra o Grêmio) ou Atlético-PR (em casa diante do Flamengo) para alcançar o G-6.