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Jogadores protestam durante o Brasileiro contra mudanças na Lei Pelé

Jô com a tarja preta no braço esquerdo durante jogo do Corinthians contra a Chapecoense - Eduardo Anizelli/Folhapress
Jô com a tarja preta no braço esquerdo durante jogo do Corinthians contra a Chapecoense Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Do UOL, no Rio de Janeiro

13/05/2017 16h53

Os jogadores do Campeonato Brasileiro fizeram, nesse sábado, na abertura do Campeonato Brasileiro-2017, um protesto contra mudanças trabalhistas na Lei Pelé, que regula os vínculos entre jogadores e clubes.

Em movimento organizado pela Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), os jogadores do Atlético-MG, Flamengo e Corinthians, além de mais clubes da Série B do Brasileiro, foram a campo nesse sábado (13) com uma tarja preta no braço. Jogadores de outros clubes, nesse domingo (14), também devem aderir à manifestação.

Entre as mudanças que tramitam no Congresso e que podem alterar a Lei Pelé está a alteração no repasse aos jogadores do chamado "direito de arena", que remunera os atletas que têm jogos transmitidos na TV. O sindicato diz que a alteração seria prejudicial aos profissionais.

Reprodução de parte da manifestação dos jogadores de futebol - Reprodução/Fenapaf - Reprodução/Fenapaf
Reprodução de parte da manifestação dos jogadores de futebol
Imagem: Reprodução/Fenapaf

“Estão propondo uma alteração na lei Pelé que é absurda, inaceitável. Protestamos contra essa iniciativa e lutaremos para que ela fracasse. Nós, que temos a chance de jogar nos principais clubes do futebol brasileiro, defenderemos até o fim os direitos dos jogadores que não têm voz, principais prejudicados nessa história”, disse a Fenapaf, em nota.

Nas contas da entidade, as mudanças prejudicam cerca de 30 mil profissionais. Outras mudanças em discussão entre deputados e senadores são a possibilidade de parcelar as férias dos jogadores e permitir que elas não coincidam com o recesso do calendário, no fim e no começo de cada ano. Os projetos de lei também podem mudar as regras para o descanso semanal remunerado a que os jogadores têm direito - hoje, de um dia inteiro; com a mudança, ele poderia ser dividido em dois períodos de 12 horas.

De acordo com a federação as alterações causariam "insegurança contratual" aos atletas e causaram "revolta na categoria", segundo disse em nota.

Pé-de-obra barato

De acordo com um levantamento feito pela CBF no ano passado, dos 28.203 jogadores de futebol profissionais do país, apenas 1.106 ganham mais de R$ 5 mil por mês. A maioria, 82%, recebe até mil reais mensais, pouco mais de um salário mínimo, que está em R$ 880. 

Somente 226 atletas, quase todos das divisões de elite do Brasileiro, ganham mais de R$ 50 mil por mês. Esse número representa apenas 0,8% do universos dos boleiros brasileiros.