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Roger usa ausência de Elias para detonar calendário do futebol brasileiro

Do UOL, em Belo Horizonte

05/06/2017 04h00

Nada indicava que Elias ficaria fora do jogo com o Palmeiras. O volante foi relacionado e viajou com a delegação do Atlético-MG para São Paulo. Somente uma hora antes de a partida iniciar que a ausência foi informada pelo clube mineiro. E a explicação está na sequência de jogos: o camisa 8 foi titular nos últimos 14 jogos do Atlético na temporada.

“Não sei o que estão fazendo com o calendário do nosso futebol. Está ficando difícil. Vamos ter uma semana aberta somente daqui dois ou três meses. É humanamente impossível manter o mesmo nível. Se não pensam nos atletas e na saúde deles, que se pense na qualidade do espetáculo, que pode gerar mais audiência e maior retorno financeiro para quem detém os direitos”, questionou o treinador do Atlético, que justificou o motivo de Elias ficar fora de uma partida tão importante.

A sequência, que se deu em menos de dois meses, começou na goleada sobre o Sport Boys, em Belo Horizonte, por 5 a 3, em 13 de abril, e foi até o triunfo sobre o Paraná, por 2 a 0, também em BH, em 31 de maio. Com tantas partidas em tão pouco tempo, Elias sentiu cansaço muscular. O fato de não poder contar com seu volante titular por causa do elevando número de jogos deixou o técnico Roger Machado irritado.

“O torcedor quer ver o time forte em todas as competições. Se a gente chegar em todas as finais, vamos ter mais de 80 jogos no ano. Independentemente do momento e da sequência de jogos, o torcedor quer sempre a vitória. Mas nós temos de traçar estratégias específicas, traçar metas a curto, médio e longo prazos, não para rodar o elenco, mas para conseguir o máximo de jogadores possíveis. Contra o Palmeiras não foi possível escalar o Elias. Pela sequência de datas Fifa eu vou perder o Cazares e o Otero. O Fábio tem dois cartões amarelos e já ligou o alerta pela sequência de 14 ou 15 jogos às quartas e domingos”, comentou Roger, que revelou como foi a conversa com Elias.

“Foi o que eu falei com ele. Se desse tudo errado, poderia perder quatro jogos jogadores para quarta (contra o Avaí). Isso faz parte do processo para ter todos ou a maior parte deles num maior nível possível”.

A decisão de não aproveitar Elias aconteceu apenas em São Paulo. O volante viajou e foi até o último instante para saber se teria condições de jogo. Por fim, Roger Machado seguiu o resultado dos exames. Mesmo sabendo que não atuaria, Elias acompanhou o empate com o Palmeiras do banco de reservas do Allianz Parque.  

“A gente deixa no limite da recuperação para decidir com mais critérios, para não correr o risco de tirar da partida um jogador que pode nos ajudar. O Elias não esteve em campo em nenhum momento depois da vitória com o Paraná. Mostrou evolução, mas não uma evolução total. E temos de analisar questões de estratégias”.