Treino invisível, briga interna e Ronaldinho: Eduardo Baptista revê o Flu
A passagem do técnico Eduardo Baptista pelo Fluminense repete um cenário comum no futebol brasileiro. Contratado em setembro de 2015, ele foi demitido em fevereiro do ano seguinte, sem que tenha deixado uma marca no Tricolor. Nesta terça, Baptista, hoje no Atlético-PR, revê seu antigo clube, às 20h, no Maracanã.
Baptista chegou ao Rio de Janeiro com um Fluminense em ebulição: trocas constantes de técnicos, ambiente conturbado, elenco pouco homogêneo e um "furacão" chamado Ronaldinho Gaúcho.
Vindo de um trabalho de sucesso no Sport, Eduardo foi um nome bancado pelo estão presidente Peter Siemsen. Antes dele, o Flu teve Ricardo Drubscky, aposta do diretor Fernando Simone, e Enderson Moreira, de confiança de Mario Bittencourt, vice de futebol à época. Àquela altura, a cúpula do futebol já vivia um movimento de cisão. Com a eleição de 2016 se aproximando, Bittencourt, virtual candidato, já não falava mais a mesma língua de Siemsen.
O clima pesado nos bastidores chegou ao campo. Com maus resultados, o Fluminense sucumbiu ao péssimo rendimento de Ronaldinho, que causou grande atrito no departamento. Com os insucessos nas quatro linhas, Eduardo foi mais um a sucumbir a tropeços consecutivos ante Flamengo e Botafogo. Após o jogo do Carioca, o mandatário fez uma faxina generalizada no futebol e Baptista, Bittencourt e Simone pagaram o pato. No dia do revés para o Alvinegro, um torcedor atirou uma garrafa de água que passou raspando ao treinador tricolor.
Ainda no Flu, o técnico teve de administrar uma crise de ciúme provocada pela presença de Ronaldinho Gaúcho na Florida Cup. Por questões contratuais, o camisa 10, que já não vestia mais tricolor, tinha de jogar as partidas em solo americano. A presença do outro astro nos Estados Unidos não agradou Eduardo e irritou Fred, que não engoliu o fato e viu a sua relação com o clube ficar ainda mais desgastada.
Tido como uma pessoa de trato fácil, Eduardo mantém internamente o mesmo tom de voz sereno usado em entrevistas. Mas um jogador tirou o comandante do sério durante o seu período no Rio: o meia Gérson. Ao ser expulso após atuar por apenas 19 minutos, o jovem enfureceu Eduardo, que desabafou de maneira forte no vestiário da Arena do Grêmio.
No dia a dia, Eduardo privilegiava os trabalhos táticos e não dava muito espaço para os coletivos. Os jogadores consideravam alta a qualidade dos trabalhos e Baptista era um entusiasta do "treino invisível", quando apenas uma equipe fica postada em campo.
O adversário desta noite não somou números que deixaram saudades na torcida do Fluminense: foram oito vitórias, conco empates e 13 derrotas no comando do time carioca.
Com só um ponto nas quatro primeiras rodadas, o Atlético é o vice-lanterna. A equipe busca a reabilitação já nesta terça-feira (6), diante do Fluminense, às 20 horas, no Maracanã.
FLUMINENSE X ATLÉTICO-PR
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Hora: 20h (horário de Brasília)
Árbitro: Igor Junio Benevenuto (MG)
Auxiliares: Márcio Eustaquio Santiago (MG) e Celso Luiz da Silva (MG)
FLUMINENSE
Júlio César, Lucas, Reginaldo, Henrique e Léo; Luiz Fernando, Wendel e Renato; Gustavo Scarpa, Richarlison, Henrique Dourado. Técnico: Abel
ATLÉTICO-PR
Santos; Jonathan, Paulo André, Thiago Heleno e Sidcley; Otávio, Matheus Rossetto e Lucho González; Nikão, Pablo e Ederson (Eduardo da Silva). Técnico: Eduardo Baptista
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