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Superintendente de futebol do Atlético-MG chega confiante e com autonomia

Novo superintendente de futebol do Atlético-MG, André Figueiredo (de preto), conversa com o técnico Roger Machado - Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro
Novo superintendente de futebol do Atlético-MG, André Figueiredo (de preto), conversa com o técnico Roger Machado Imagem: Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

16/06/2017 11h38

Pouco mais de uma semana após perder seu diretor de futebol, Eduardo Maluf, que morreu por causa de um câncer no estômago, o Atlético-MG apresentou à imprensa seu novo superintender de futebol. André Figueiredo está no clube há bastante tempo, desde 2004, mas sempre trabalhando na base. Desde a última, ele foi promovido para o futebol profissional.

O então coordenador das categorias de base chega ao time de cima em um momento de pressão. Com apenas uma vitória em sete rodadas no Campeonato Brasileiro, o Atlético está na zona do rebaixamento. A pressão já em grande, em cima de jogadores e da comissão técnica.

Nesta sexta-feira, na Cidade do Galo, André Figueiredo falou pela primeira vez com a imprensa sobre a nova função dentro do Atlético. Com autonomia total dada pelo presidente do clube, Daniel Nepomuceno, Figueiredo chega ao profissional bastante confiante na reação da equipe. O superintende do Atlético aposta no planejamento para o time reagir no Brasileirão e seguir brigando por títulos, nas demais competições.

“Fui apresentado à comissão técnica e aos jogadores como superintende de futebol. A função é tocar o futebol no dia a dia e estou me sentindo muito bem, pois é o que já estou acostumado a fazer. Neste momento não se escolhe hora para trabalhar. Fui convocado pelo presidente e tenho de assumir a responsabilidade. E esse tipo de pressão no futebol já estamos acostumados e vai passar. Não vivemos um bom momento no Brasileiro, mas vai passar”.

Avaliação do momento do Atlético

São poucos dias no cargo. Já viajei para Salvador, acompanhei. Não tinha sido apresentado aos jogadores e fui fazer uma análise do que está acontecendo. Não são tantos dias para ter uma conclusão. Na minha visão, é um momento passageiro. A gente, até aqui, tivemos excelentes resultados. Chegar à uma conclusão seria prematuro. Sei o que pode ser feito daqui para frente e está sendo feito. Já tivemos reuniões com o Roger e a comissão técnica. Então vai ser passageiro e vamos dar sequência na Libertadores e na Copa do Brasil e vamos recuperar no Brasileiro.

Autonomia no futebol profissional

O Daniel me apresentou à comissão técnica e demais funcionais com autonomia total. Mas ninguém trabalha sozinho. Você não pode sair contratando por achar um jogador bom, que não se encaixa no perfil do treinador. Para se contratar precisa de reuniões com a comissão técnica, com o superintendente, que é o cargo que estou ocupando e com o presidente, que tem a palavra final, pois sabe se o calo aperta, se pode ou não contratar. Então eu venho para fazer essa ligação de comissão e jogadores com a presidência.

Reforços para o elenco

Seria prematuro também falar de contratações agora. O sistema defensivo do Atlético está passando por um momento difícil com alguns jogadores lesionados, outros voltando de lesão. Na minha visão, a parte defensiva é a que precisa de maior entrosamento. Não é simples colocar os jogadores que têm atuado pouco e que atuem sincronizados como a equipe titular. Acho que a gente sofre não pela qualidade dos jogadores, mas pela falta de ritmo de jogo. E isso é natural em qualquer equipe.

Jornada dupla com profissional e base

Em princípio foi muito rápido. Eu trabalhava na base e fui promovido, mas o Daniel pediu para dar uma atenção até que a gente pense o que vai fazer. Em relação à base, com jogadores na base, se tem mais paciência, mais cuidado, pois o resultado é mais a longo prazo. No futebol profissional os resultados contam muito. Mas entendo uma coisa. Fazer as coisas erradas e às vezes dar certo, é uma coisa. Fazer as coisas certas e às vezes dar errado é outra coisa. É o que nós vamos tentar fazer aqui. Não quando perde e está tudo errado e quando ganha está tudo certo. Não é assim que eu entendo. Tem um trabalho a ser feito e mesmo fazendo certo, no futebol tem algumas coisas imponderáveis. Mesmo fazendo certo, você acaba perdendo. Um exemplo claro é o jogo com o Atlético-PR, perdemos sem merecer. Precisamos analisar a derrota, não o resultado. E é assim que será feito.