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STJD explica punição dada a torcida e aumenta revolta no Palmeiras

Torcidas organizadas do Palmeiras não poderão levar adereços para o estádio - Cesar Greco/Estadão Conteúdo
Torcidas organizadas do Palmeiras não poderão levar adereços para o estádio Imagem: Cesar Greco/Estadão Conteúdo

Bruno Braz e Danilo Lavieri

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

19/08/2017 04h00

O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) desagradou a todos no Palmeiras. A entidade puniu o clube com sete jogos sem a presença de torcida visitante e ainda mais sete jogos sem que as organizadas pudessem ir com seus adereços aos jogos no Allianz Parque. O motivo foi uma briga entre torcedores nas imediações da Arena Pernambuco no jogo contra o Sport.

Na sexta-feira, o presidente, Maurício Galiotte, e Cuca mostraram a sua insatisfação com a decisão. O UOL Esporte apurou que o departamento jurídico prepara um material deixando claro que a entidade não poderia julgar uma briga que aconteceu fora do estádio e que a pena deveria ser exclusivamente aplicada aos "brigões" e não ao clube.

Há a possibilidade de o clube mostrar que torcedores do Corinthians e do Coritiba também brigaram nas imediações do Couto Pereira e que nenhuma punição foi aplicada. Na ocasião, imagens fortes mostraram um corintiano sendo espancado pelos donos da casa minutos antes de a bola rolar.

O STJD deu explicações sobre o fato após a diretoria do Palmeiras se manifestar. Rodrigo Raposo, presidente da 5ª comissão disciplinar do STJD, afirmou que com as novas arenas feitas para a Copa do Mundo as imediações do local podem ser consideradas praça de desporto.

"O voto do relator foi brilhante neste aspecto. Porque com as arenas de Copa do Mundo, o aspecto de praça de desporto é amplo. São arenas que integram as áreas do estádio e a gente viu nas imagens que a torcida organizada do Palmeiras se utilizou de grades do estádio. O próprio policial colocou isso no discurso. A partir do momento que a torcida se utiliza de utensílios do estádio... E a briga foi propriamente ali, na bilheteria, na alça de acesso, no portão. Aquilo é praça de desporto. Não tem como argumentar que foi fora do estádio. Isso é simples e causa distorção", disse Raposo.

A explicação não foi o suficiente para que o Palmeiras se acalmasse. O clube prometeu pedir efeito suspensivo e ir até as últimas instâncias para que a punição seja revertida. Na visão da diretoria palmeirense, a decisão abre um precedente para que todas as brigas fora do estádio passem a ser julgadas pelo STJD, e isso não poderia acontecer.

O STJD revoltou ainda mais os palmeirenses ao analisar que o clube não será punido diretamente com a decisão.

"Punir efetivamente o clube e os verdadeiros torcedores não é o melhor caminho. O que o relator buscou transmitir é que o Tribunal está atento aos verdadeiros causadores e neste caso foi a torcida organizada do Palmerias. Buscou-se uma solução intermediária para punir o causador, mas não punir o clube", completou Raposo.

Por fim, o fato de o Sport, que era o mandante do jogo, ter sido absolvido, é outro problema na visão do Palmeiras. A responsabilidade pela ordem do local deveria ser dos pernambucanos. O STJD não concorda com o ponto de vista alviverde.

"O Sport fez tudo o que estava ao seu alcance para evitar desordem na praça de desporto. Esse jogo teve plano, organização prévia, solicitação de policiamento ao Estado. Tudo o que estava ao alcance do Sport, no entendimento da comissão, foi realizado. Ficou claro que a torcida do Palmeiras, a organizada e não os verdadeiros torcedores, são os únicos culpados", finalizou.