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Chamado de burro, Jair Ventura apoia ato da torcida no "pior jogo do ano"

Do UOL, em São Paulo

04/11/2017 22h05

O Botafogo saiu na frente no primeiro minuto, mas sofreu a virada no segundo tempo e acabou superado pelo Fluminense por 2 a 1 no estádio Nilton Santos. Após o clássico deste sábado (4), o técnico Jair Ventura foi chamado de “burro” pela torcida, mas apoiou o gesto do torcedor.

“Eu virei treinador hoje. Fui batizado. Ser chamado de burro pela primeira vez depois de um ano e três meses é até bom. Normal. Gosto de assumir a responsabilidade. Mais que normal. Por isso virei treinador. Fiz um péssimo jogo ao lado da minha equipe. Eles têm que xingar bastante, têm toda a razão, porque fizemos um péssimo jogo”, afirmou o treinador.

“A torcida pode pedir, mas eu tenho as minhas convicções. Se eu estiver atrapalhando, eu posso sair. Mas vou fazer o que eu acho. Eu tenho um amigo (Zé Ricardo) que foi fazer o que a torcida pediu pela primeira vez e foi demitido”, declarou.

Jair também avaliou o desempenho deste sábado como o pior do ano. “Seria muito fácil falar que o Botafogo fez seu pior jogo do ano. Fez. Foram 67 jogos no ano. Hoje foi o pior. Mas aí tiramos o mérito do Fluminense, que fez um grande jogo. Não tenho o que explicar. Hoje foi uma noite para ser esquecida”, disse.

“Nada deu certo. Começamos muito bem os primeiros 5 minutos e depois não conseguimos jogar. Analisamos a performance, e o resultado foi justo. Fizemos um jogo péssimo, o pior do ano, e o Fluminense venceu. Simples assim”, acrescentou.

A derrota deixou o clube alvinegro com 48 pontos, na sexta colocação e com riscos de sair do G-6, que dá vaga para a Libertadores do ano que vem. “Se juntarmos os jogos que perdemos de virada, já estaríamos passando o Corinthians, mas o futebol é assim. No ano passado, só conseguimos a vaga na última rodada contra o Grêmio. Nada é decisivo. Enquanto houver oportunidade, vamos lutar”, explicou Jair, que também chamou a responsabilidade pela derrota.

“Não sou de botar erros e culpar meus jogadores. A responsabilidade é sempre minha. Tenho mais de 80 jogos como treinador e nunca vou sentar aqui e deixar a responsabilidade para meus jogadores.”

Na 33ª rodada do Brasileiro, o Botafogo visita o Sport na próxima quarta-feira (8). “O Sport é um adversário difícil, que também vive um momento complicado. Alertei antes do Fluminense que o Botafogo não teria vantagem. Todos os jogos agora são decisivos. Cada jogo é uma decisão. Que a gente possa apagar essa noite, em que deixamos a desejar. Que possamos voltar a ser o Botafogo dos outros 66 jogos, porque, se não, eu não estaria mais aqui. Não podemos avaliar um jogo. Um jogo não pode ganhar de 66 jogos”, disse o treinador.