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Por que Romero não recebeu cartão amarelo por selfie no clássico

Romero comemora gol do Corinthians sobre o Palmeiras com selfie - Marcello Zambrana/AGIF
Romero comemora gol do Corinthians sobre o Palmeiras com selfie Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Beatriz Cesarini

Do UOL, em São Paulo

06/11/2017 14h51

O atacante Ángel Romero comemorou de maneira inusitada ao abrir o placar para o Corinthians na vitória por 3 a 2 sobre o Palmeiras, no último domingo (5), pelo Campeonato Brasileiro: pegou um celular com um fotógrafo do clube e tirou uma selfie dos jogadores alvinegros comemorando.

A celebração do jogador do Corinthians gerou uma dúvida em muitos torcedores: Por que não é motivo de punição? De acordo com a IFAB, o órgão máximo da arbitragem no futebol mundial, não é permitido aos jogadores o uso de qualquer forma de equipamento eletrônico ou de comunicação.

Apesar disso, Romero não acabou enquadrado nessa regra, porque o celular foi visto como um simples objeto para uma comemoração inusitada.

“O uso do equipamento eletrônico é apenas punível se houver comunicação. Nesse caso, o celular foi usado para uma celebração. A priori, nós vimos como uma comemoração sem exagero, sem deboche. E, se o árbitro notasse que tomou muito o tempo do jogo, ele poderia dar o cartão”, explicou o presidente da Comissão de Arbitragem, coronel Marcos Marinho, em entrevista ao UOL Esporte.

O comentarista de arbitragem e ex-árbitro Leonardo Gaciba partilha da mesma opinião de coronel Marinho, e acredita até que a selfie após o gol pode virar moda. Para ele, cabe aos jogadores festejarem sem exageros para não dar margem à punições.

“A regra do futebol é simples, se não está escrito, pode. Não houve nada errado. Seria errado se ele tivesse feito um álbum de fotos. Mas não teve perda de tempo, nem nada. Eu achei muito legal. Inclusive, acho que pode virar moda”, disse Gaciba.

E segundo as regras de padrão de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol, apenas comemorações interpretadas como excessivas deverão ser punidas. Não é permitido subir nos equipamentos de proteção do campo, fazer gestos provocativos ou debochados, cobrir a cabeça ou rostos com máscaras e tirar a camisa.

“Se o árbitro tivesse visto que ele poderia demorar para voltar ao jogo e tudo mais... Mas não foi o caso. Acreditamos que isso não é motivo para ser discutido, apesar de ser uma comemoração inusitada. Mas o celular foi usado apenas como um objeto para comemorar e não para comunicar”, acrescentou Coronel Marinho.