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Elano se defende de críticas e minimiza protesto e cusparadas da torcida

Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

09/11/2017 00h30

Após a derrota de virada do Santos para o Vasco por 2 a 1 nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, em jogo válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Elano viu o ambiente sair do “ceú ao inferno”. Depois de uma vitória perfeita em sua estreia diante do Atlético-MG, o treinador foi questionado sobre a sua estratégia no tropeço santista e ainda viu o torcedor pressionar o time com xingamentos e até cusparadas.

Elano foi questionado se não deveria ter fechado o time pois vencia a partida até aos 39 minutos do segundo tempo e demonstrou irritação em sua resposta.

“Se eu soubesse que o cara estaria sozinho teria colocado 15 zagueiros. Não estou preocupado só em fazer o gol, os jogadores que estão lá estão para defender, cada um em sua posição. Feliz foi o cara que acertou um chute daquele. Me posicionei para defender bem e contra-atacar. E se coloco outro volante e tomo, também? Não tem certo ou errado, tentei fazer o que era melhor para o Santos. Tudo isso acarreta situações de perguntas e coisas negativas. Estou chateado, mas estou no barco para conseguir essas vitórias”, afirmou Elano. 

Já em relação ao protesto da torcida santista, Elano repetiu a postura de seus antecessores e fez alusão ao ano eleitoral do clube. Em dezembro, o presidente Modesto Roma concorre a reeleição. Além disso, o treinador minimizou a postura dos torcedores, apesar da hostilidade. David Braz reclamou de ter sofrido cusparadas na saída de campo.

“Não posso condenar os torcedores do Santos. Nós sabemos o ano que o clube passa. Quem fez isso foi uma minoria. Eu, como comandante, estou à frente. Não sei nem se consigo dormir, pois também sou um torcedor, um apaixonado. Os jogadores entendem, não ficam contentes. Amanhã [quinta-feira] acertamos o que precisa ser acertado internamente para que possamos na segunda-feira travar uma grande batalha contra a Chapecoense”, justificou Elano.

“Não podemos dar margem para aumentar isso [cusparadas dos torcedores]. O torcedor é importante para nós, não condeno. Nem sempre fui elogiado aqui, também, já fui muito criticado. Moramos no país em que o futebol é apaixonante. Estava dando entrevista há três dias sendo completamente elogiado e comento isso. No Brasil é importante ter cuidado com os elogios porque, quando perde, a cobrança é pesada. O atleta paga quando não dá certo e no santos há cobrança é grande porque aqui sempre jogaram grandes jogadores. Vamos para casa chateados, mas temos que passar a borracha”, completou.

O Santos, que iniciou a rodada como o time com mais chances de alcançar o rival, permitiu que a diferença aumentasse de seis para nove pontos. Se não bastasse a vitória do Corinthians em Curitiba, o Grêmio também conquistou três pontos fora de casa. Os gaúchos venceram a Ponte Preta e “roubaram” a vice-liderança do Santos.

Agora o Corinthians segue na liderança com 65 pontos ganhos, enquanto Grêmio e Santos somam 57. Após a derrota para o Vasco, o Santos volta a campo somente na próxima segunda-feira, quando encara a Chapecoense, às 20h (de Brasília), na Arena Condá, em Chapecó, em duelo válido pela 34ª rodada da competição.