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Inovação de Valentim coloca em xeque velocidade dos zagueiros do Palmeiras

Juninho sofre drible de atacante do Vitória - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
Juninho sofre drible ao tentar marcar adversário no meio-campo
Imagem: Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

09/11/2017 12h00

Uma das principais mudanças desde a entrada de Alberto Valentim no Palmeiras é a marcação em linha alta. O problema é que a ‘inovação’ do interino colocou em evidência uma das grandes deficiências de seus zagueiros: a lentidão.

Contra Cruzeiro, Corinthians e Vitória, a equipe sofreu com a velocidade dos atacantes em cima de Yerri Mina, Edu Dracena e Juninho. Foram oito gols sofridos em três jogos, sendo que pelo menos metade deles foi marcada por um atacante cara a cara com Fernando Prass.

O sistema de marcação em linha alta faz os zagueiros se posicionarem quase no círculo central no meio-campo. A ideia é que os adversários tenham dificuldade em entrar tocando na intermediária alviverde, forçando o impedimento em diversas ocasiões.

O problema é que o sistema não tem funcionado, especialmente com a falta de velocidade somada à deficiência de marcação dos laterais Egídio e Mayke. Contra o Vitória, na última quarta-feira, o lado esquerdo da defesa alviverde foi o mais explorado pelo adversário, assim como aconteceu contra o Corinthians.

Zé Roberto e Michel Bastos, opções pela esquerda, também não têm na marcação a sua melhor característica. Pela direita, Jean e Fabiano têm melhor desempenho defensivo em relação ao titular, mas ficam abaixo no critério ofensivo. No mano a mano, Edu Dracena e Juninho, especialmente, têm perdido as disputas diretas com os rivais, que acabam tendo campo livre pela frente. 

Alberto Valentim tem sido questionado nas suas últimas entrevistas sobre os buracos deixados pela marcação com a linha alta, mas faz questão de destacar que esse não é o problema central para sua equipe. 

"Hoje a gente não conseguiu marcar no individual e o setor defensivo falhou também. Agora é procurar trabalhar muito e rever algumas coisas para fazer os jogadores melhorarem ainda mais contra o Flamengo", afirmou. "Precisamos rever algumas coisas já para o próximo jogo e recuperar o mais rápido possível".

Assim que assumiu a equipe no lugar de Cuca, o interino foi bastante elogiado internamente por diretoria e comissão técnica porque fez a equipe “correr menos, mas correr certo”. Além da linha alta, ele pede uma defesa mais “posicional” e que exija que os atletas persigam menos seus adversários, o que contrasta com a marcação individual do antecessor. 

O que era elogio no início da arrancada que fez os palmeirenses sonharem, hoje, vira alvo de críticas que fazem torcida, conselheiros e diretores pedirem a contratação de um técnico para o ano que vem.