Topo

Com time misto, Corinthians para no Ceará e chega a quatro jogos sem vencer

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

06/05/2018 12h58

Neste domingo (6), a Arena recebeu 40 mil torcedores, mas o resultado não foi o esperado para o time da casa. Fechado à defesa depois de abrir o placar com um golaço de Wescley, o Ceará segurou o empate por 1 a 1 com os corintianos. Henrique, capitão do time misto escalado por Fábio Carille, fez de cabeça.

Com uma formação ofensiva pesada, com 71 anos combinados entre Danilo, que se machucou, e o estreante Roger, o Corinthians não foi um time inspirado, exceto pelo jovem Pedrinho. Sem seus titulares, conseguiu só um ponto e fica com 7 após quatro rodadas do Brasileirão. O Ceará, por sua vez, chegou a dois em um início de campeonato com tabela ingrata - Santos, São Paulo, Flamengo e agora os corintianos foram seus primeiros rivais.

Os melhores: Pedrinho e Wescley

Pedrinho em ação contra o Ceará - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Pedrinho suportou 79 minutos e, enquanto esteve em campo, e principalmente com gás, foi o melhor jogador do time de Carille. Arriscou dribles, deu bons passes e até sofreu um pênalti, na visão dos corintianos, ao ser pisado na área. Mas, cansado, saiu para a entrada de Sheik.
Escalado pela ponta direita do Ceará, Wescley também conseguiu bons lances, levou perigo e anotou um golaço - além de marcar muito a Sidcley, que apoiou pouco.

O pior: Marquinhos Gabriel

Mais um jogador que não aparecia havia muito tempo entre os titulares, Marquinhos decepcionou. Errou finalizações, passes e, como sempre ocorre quando ele não vai bem, a torcida pegou no pé. Saiu no segundo tempo para a entrada de Mateus Vital.

Roger perde a maioria das disputas e tem estreia discreta

Depois de três semanas aproximadamente de preparação, Roger foi escalado para o time titular e não brilhou. Mais fixo, saiu da área em momentos bem esporádicos, mas sua exibição foi discreta e as oportunidades para concluir foram poucas. O centroavante teve uma grande chance aos 36 minutos do segundo tempo, mas - livre dentro da área - cabeceou para fora.

Carille escala time pesado. Chamusca desiste de três zagueiros

Ceará acompanha jogo contra o Ceará - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Com desgaste, Carille poupou Balbuena, Rodriguinho, Romero, Mateus Vital e ainda Jadson, que foi a campo ainda no primeiro tempo. A equipe, com Roger e Danilo, se mostrou pesada e incapaz de pressionar a saída de bola do Ceará. Com a entrada de Jadson, e depois apostas em Vital e Sheik, o treinador tentou mudar o panorama, amplificado pela sequência de jogos e o calor das 11h.

Marcelo Chamusca, por sua vez, deixou sistema com três zagueiros e surpreendeu na escalação com um 4-2-3-1 e jogadores dos lados do campo muito dedicados à marcação. Depois de abrir o placar, porém, o Ceará não foi mais o mesmo e perdeu seu ímpeto ofensivo.

O jogo do Corinthians: pouca inspiração e velocidade

A equipe escalada por Carille não foi bem. É verdade que o ataque inteiramente modificado pode ter custado um preço alto, mas o Corinthians manteve sua rotina de sofrer contra times que se defendem bem. Roger, que já é um jogador pesado, teve Danilo por perto, e depois Jadson. O centroavante teve sua melhor chance no segundo tempo, mas errou. Em um cenário onde as substituições do treinador corintiano foram pouco ousadas, e Pedrinho se cansou, o resultado ficou melhor para o Ceará.

O jogo do Ceará: bom início e foco nos contra-ataques

Protagonista nos primeiros minutos da partida, o Ceará rodou bem a bola no ataque e não demorou a abrir o placar com Wescley. Pouco a pouco, se fechou à defesa para garantir um ponto valioso em São Paulo, mas não se esqueceu dos contra-ataques. Com bastante velocidade dos lados, exigiu atenção dos laterais e volantes alvinegros, que chegaram menos à área que o normal.

Ceará 'sai da seca' no Brasileiro

O golaço de Wescley, aos 8min de jogo, foi o primeiro da equipe após três rodadas sem marcar no Brasileirão. Essa era a maior "seca" do time cearense desde 1971, quando também passou três partidas seguidas na Série A balançar as redes. Curiosamente, o Ceará anotou o primeiro gol justamente quando o técnico Marcelo Chamusca optou por deixar Arthur, artilheiro do time no ano, no banco de reservas. O atacante soma 16 gols na temporada.

O tempo pesa para Danilo, que sai machucado

Danilo jogou na posição que deseja, como meia, mas não teve forças para aguentar além de 27 minutos. O veterano, 39 anos, saiu por problemas na panturrilha para a entrada de Jadson. Ele não era titular desde julho de 2016, dia de empate em clássico com o São Paulo. Parece cada vez mais madura a decisão de que esse seja o último ano de sua vitoriosa carreira.

Corinthians faz alerta para crise na Síria

O Corinthians aproveitou a partida deste domingo para fazer um alerta para a crise humanitária na Síria, que há quase uma década vive uma guerra civil. Os jogadores vestiram camisas com os respectivos nomes escritos em árabe, e entraram em campo com 18 crianças do país. Além disso, o ex-BBB Kaysar - nascido na cidade síria Alepo - também esteve na Arena para participar da ação. Os convidados usavam camisetas com a inscrição "Time do Povo".

CORINTHIANS 1 x 1 CEARÁ
Campeonato Brasileiro - 4ª rodada

Ficha Técnica

Data/hora: 06/05/2018, às 11h (de Brasília)
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Auxiliares: Daniel Henrique da Silva Andrade e Ciro Chaban Junqueira (ambos DF)
Público: 40.350 pagantes
Renda: R$2.416.706,37

Cartões amarelos: Arnaldo, Pedrinho, Gabriel, Everson, Naldo e Rafael Carioca
Gols: Wescley, aos 8 min do 1ºT; Henrique, aos 39 min do 1ºT

Corinthians: Cássio; Mantuan, Pedro Henrique, Henrique e Sidcley; Gabriel e Maycon; Pedrinho (Emerson Sheik), Danilo (Jadson) e Marquinhos Gabriel (Mateus Vital); Roger.
Treinador: Fábio Carille.

Ceará: Everson; Arnaldo (Naldo), Valdo, Luiz Otávio e Rafael Carioca; Juninho e Richardson; Wescley (Romário), Ricardinho e Felipe Azevedo (Hyuri); Elton.
Treinador: Marcelo Chamusca.