Topo

Em meio à crise, Santos segura Jair e não terá presidente por duas rodadas

Marcello De Vico e Samir Carvalho

Do UOL, em Santos (SP)

28/05/2018 04h00

Quatro jogos sem vitórias, três sem balançar as redes, gritos de ‘time sem vergonha’ e ‘burro’ a Jair Ventura e a quase zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro (16º lugar). É em meio a esse cenário de crise que o presidente do Santos, José Carlos Peres, viajou para a cidade de Londres no último domingo (27) para atuar como chefe da delegação brasileira no penúltimo jogo da seleção antes da Copa do Mundo, contra a Croácia, dia 3 de junho, em Liverpool.

Curiosamente, o embarque do presidente e da seleção brasileira aconteceu, basicamente, no mesmo horário em que o Santos vinha sendo derrotado pelo Cruzeiro por 1 a 0, no Pacaembu, pela sétima rodada do Brasileirão. Os jogadores deixaram o campo debaixo de vaias e de gritos de ‘time sem vergonha’. Jair Ventura, chamado de ‘burro’, foi o principal alvo dos protestos.

Sem o presidente Peres, que retorna ao Brasil apenas no dia 4 de junho, próxima segunda-feira, caberá ao vice-presidente Orlando Rollo ‘assumir a bucha’. Ele ficará no comando do clube por exatos sete dias; ou ainda por duas rodadas do Campeonato Brasileiro: jogos contra o Atlético-PR, quinta-feira (31), na Arena da Baixada, e Vitória, domingo (3), na Vila Belmiro.

Até lá, pelo menos, a permanência de Jair Ventura no comando da equipe santista é bem provável. Segundo apurou o UOL Esporte, o Santos ainda não tem a intenção de demitir o treinador depois de mais uma derrota. O treinador acumula 12 vitórias e 12 derrotas em 30 jogos – além, claro, de seis empates. Porém, novos resultados negativos podem mudar esse panorama até mesmo antes do retorno do presidente.

José Carlos Peres, presidente do Santos - Ivan Storti/Santos FC - Ivan Storti/Santos FC
Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Na 16ª posição do Brasileiro, mas com um jogo a menos que os adversários (assim como o Vasco), o Santos tem mais cinco partidas até a Copa do Mundo em pouco mais de 15 dias. Além de Atlético-PR e Vitória, encara Corinthians (fora), Internacional (casa) e Fluminense (fora).

O Santos não sabe o que é vencer há quatro jogos. O último resultado positivo aconteceu no dia 13 de maio, e justamente contra o atual lanterna do Brasileiro: 3 a 1 contra o Paraná, na Vila Belmiro. Desde então, o time de Jair Ventura acumulou derrotas para Luverdense (2 a 1, pela Copa do Brasil), São Paulo e Cruzeiro (1 a 0, pelo Brasileiro) e empate – sem gols – com o Real Garcilaso, em jogo da Copa Libertadores. E detalhe: nos últimos três jogos, não foi às redes.

“A gente vai reverter essa situação. É momentânea. Não é o lugar do Santos. Com certeza, vamos brigar na parte de cima da tabela”, disse Jair, que em coletiva após a derrota para o Cruzeiro teve de responder sobre uma possível saída do cargo de treinador: “As vaias são naturais. Os protestos sem agressão têm de acontecer. Ano passado o Santos teve três treinadores. Será que é o ideal? Os bons times no Brasil têm técnicos longevos. Grêmio, Cruzeiro...”.