Loss encaixa time-base e valoriza talentos, mas ainda tem desafios
Passada a turbulência do período pós-saída de Fábio Carille e mais um mês só de treinamentos durante a pausa da Copa do Mundo, o técnico Osmar Loss começa a dar identidade ao Corinthians. São três vitórias em quatro jogos após a retomada do Campeonato Brasileiro, marca que dá confiança antes dos confrontos eliminatórios da Copa do Brasil e da Copa Libertadores. Nos dois últimos jogos, aliás, o treinador encontrou um time-base que marcou seis gols e sofreu apenas um contra Cruzeiro e Vasco.
Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Henrique e Danilo Avelar; Gabriel e Douglas; Pedrinho, Jadson, Romero e Clayson é a formação. Sustentados por uma defesa historicamente organizada e bem treinada e uma dupla de volantes que se entendeu bem nos dois primeiros jogos lado a lado, quatro homens de frente revezam posicionamento, enganam a marcação e dão fluidez às jogadas. A ideia é valorizar as individualidades, ainda que o esforço coletivo na marcação seja uma característica do time.
Contra o Vasco, por exemplo, Pedrinho atuou centralizado e perto da área na maior parte do tempo. Antes considerado reserva de Romero como ponta-direita do esquema 4-2-3-1, o garoto revelado na base tem se adaptado às novas funções para ficar mais perto do gol, e assim participou de duas jogadas decisivas na goleada por 4 a 1. "É uma característica em que estamos tentando aproveitar o Pedrinho, que é uma peça muito importante no elenco, está amadurecendo e vai melhorar ainda mais se aproximado da área, onde vai ser decisivo", relatou o treinador corintiano.
Ao lado de Pedrinho, Romero ganha mais liberdade para jogar. Ele volta acompanhando marcação, ajuda com dribles e trocas de passe durante o ataque e... finaliza, claro. Foi assim que se tornou o artilheiro corintiano no Brasileirão. Além do desenvolvimento das capacidades de Pedrinho e Romero, Osmar Loss também foi elogiado pela entrada de jogadores mais defensivos em momentos cruciais da partida, como fez com Paulo Roberto (Cruzeiro) e Léo Santos (Vasco), além de jogadas frutos de treinamento e mudanças de postura durante os jogos - em duas oportunidades, o Corinthians foi mal no primeiro tempo e se recuperou na etapa complementar.
Por outro lado, há uma visão pessimista sobre os jogos que mudaram o status do Corinthians no Campeonato Brasileiro, como se as mudanças fossem fruto do acaso. Marquinhos Gabriel foi titular contra o São Paulo na derrota por 3 a 1 da 14ª rodada e saiu do time porque Clayson se recuperou de lesão. Além disso, Pedrinho só foi acionado contra o Cruzeiro porque Jonathas se lesionou aos 30 minutos do primeiro tempo. A ideia de Loss era o time com um centroavante de ofício, tanto que Roger foi titular antes de Jonathas, mas se machucou.
Passada a instabilidade inicial do período pós-Copa do Mundo, Loss agora tem mais moral e confiança de torcida e diretoria no Corinthians. Seu maior desafio agora passa a ser a administração do elenco. Com a maratona de jogos e viagens será necessário preservar jogadores e evitar lesões, mas sem perder a força nas três competições. "Vamos estudar qual estratégia adotar. Vamos ver caso a caso, mas a ideia é sempre trabalhar com força máxima", disse, recentemente.
Para esta quarta-feira, contra a Chapecoense, pela ida das quartas de final da Copa do Brasil, Loss prometeu time titular.
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