Palmeiras aposta em efeito Felipão para quebrar rotina de crises pós-dérbi

Freguês na história recente do clássico, o Palmeiras aposta no "efeito Felipão" para voltar a vencer o Corinthians. Com seis derrotas nos últimos sete clássicos e ainda a doída perda do Paulistão deste ano, o Alviverde verá seu estádio lotado em busca da redenção e da confirmação que a equipe tem condições de brigar pelo título do Brasileirão.

O técnico adota uma das táticas mais conhecidas quando o assunto é clássico e faz mistério sobre a escalação. É provável que ele selecione uma equipe alternativa, já de olho no jogo contra o Cruzeiro, na quarta-feira, pela semifinal da Copa do Brasil.

Apoiado pelos bons resultados que tem tido com o rodízio, ele deve colocar em segundo plano a vontade da torcida e dos próprios atletas, que já manifestaram vontade de entrar em campo. Dudu, por exemplo, deixou claro que não gosta de perder jogos grandes.

A diretoria considera uma vitória no dérbi algo fundamental, mas descarta qualquer tipo de intervenção no trabalho do técnico. A aposta é que os chamados reservas consigam um bom desempenho e mantenham o time no topo da tabela, perseguindo São Paulo e Internacional.

É consenso entre conselheiros e torcedores que a chegada de Felipão não trouxe inovações táticas, mas deu ao elenco a segurança necessária para disputar todas as competições com chance de vitória, objetivo do clube desde o início da reconstrução iniciada por Paulo Nobre, em 2013.

E é neste aspecto que todos enxergam um Palmeiras "diferente" e capaz de vencer seu arquirrival. O trauma recente se explica porque o clube alviverde já se viu como favorito em outras ocasiões, em 2017 e 2018, e acabou derrotado no principal clássico do Estado, o que invariavelmente iniciou uma crise.

Apesar de ter um retrospecto extremamente equilibrado em jogos contra o Corinthians, Felipão é sempre lembrado com carinho pela torcida pelas eliminações consecutivas em 1999 e 2000 no mata-mata da Libertadores. Em outro encontro, em 2011, também ficou marcado por uma rixa que dura até hoje com Tite, o episódio que ficou famoso como "fala muito".

Em outro deles, inclusive, eternizou uma frase usada até hoje pelos torcedores nas redes sociais, dizendo que é preciso entrar em campo com raiva do arquirrival. No total, o gaúcho comandou o Alviverde em 29 jogos, com 10 vitórias, 10 derrotas e nove empates.

"Onde é que está a malandragem de vocês? Não aprenderam nada na vida? Tu sabes que ele é malandro, esperto e tal, mas é covarde, cafajeste. Eu tenho um time já rodado, experiente, mas que na hora do bem bom não sabe dar um pontapé, não sabe dar cascudo ou irritar o cara. Na bola que tem que dividir, vai dividir bem. Mas tu não vai procurar dar uma porrada", disse o treinador em discurso flagrado pela TV Globo na época.

"Vocês iam ser os heróis de um país todo. Sair de um 3 a 1 para um 3 a 3, nossa senhora! Eles iam sair arrasados. Quero ver vocês não falarem, mas sentirem raiva do jogo de terça. Comer a orelha do cara! Precisa ter raiva dessa p... de Corinthians!", finalizou.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS X CORINTHIANS

Data: 09 de setembro de 2018, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Local: Allianz Parque, em São Paulo (SP)
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima. (RS)
Assistentes: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (Fifa-SP)

PALMEIRAS: Fernando Prass; Marcos Rocha, Luan, Gómez e Victor Luis; Felipe Melo, Gabriel Furtado e Lucas Lima; Artur, Hyoran e Papagaio.
Técnico: Luiz Felipe Scolari

CORINTHIANS: Cássio, Mantuan, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Douglas e Ralf; Romero, Jadson e Pedrinho; Roger.
Técnico: Jair Ventura