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Palmeiras constrói maior série invicta do BR apostando em marcas de Felipão

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Danilo Lavieri e Leandro Miranda

Do UOL, em São Paulo

15/11/2018 04h00

A vitória por 3 a 0 sobre o Fluminense não serviu apenas para o Palmeiras abrir oito pontos de vantagem na liderança do Campeonato Brasileiro e dar um passo gigante rumo à conquista do decacampeonato. O triunfo também estendeu a série invicta do time para 19 jogos, a maior da história da competição nos pontos corridos ao lado do Corinthians de 2017. E para construir essa sequência, que pode ser superada no próximo domingo (18) contra o Paraná, o Verdão apostou nas marcas do técnico Luiz Felipe Scolari.

Desde a última derrota alviverde no torneio, em 25 de julho, para o mesmo Fluminense, por 1 a 0, muita coisa mudou. Aquele jogo derrubou o técnico Roger Machado e fez o Palmeiras ir em busca de Felipão. Na visão da diretoria, o time fazia bons jogos, mas faltavam dois elementos principais: um ambiente mais aguerrido, com mais espírito de equipe, e regularidade para transformar boas atuações em vitórias. Justamente o que o veterano treinador trouxe à equipe.

A primeira e mais nítida mudança com Felipão se deu no estilo de jogo: primeiro, pensar em não levar gol. Se antes o Palmeiras vivia picos de intensidade nos jogos, muitas vezes abrindo vantagem e deixando a vitória escapar, logo de cara o time passou por oito partidas seguidas sem ser vazado sob o comando de Scolari. Volantes mais posicionados, laterais subindo menos e marcação mais encaixada foram as senhas para um início avassalador, que deu a confiança necessária ao time.

Assim, mesmo quando o Palmeiras não jogava bem e tinha dificuldades para criar chances, a equipe não perdia os jogos. Apostando em um estilo mais direto, com bolas longas para o ataque, o time foi empilhando vitórias com consistência defensiva e muita qualidade individual no ataque. A recuperação de jogadores como Deyverson e Dudu, que atravessavam maus momentos com Roger, também foi crucial.

Outro elemento vital para a série invicta foi a mudança de ambiente, muito comentada pelos próprios atletas, que veem no técnico um "paizão". Com a casca de ídolo e multicampeão pelo Palmeiras, Felipão não encontrou resistência no elenco para implantar um rodízio de jogadores que manteve o clube na briga em três competições diferentes até as fases decisivas. E mesmo com as eliminações na semifinal da Copa do Brasil e da Libertadores, o clima no clube não ficou pesado - pelo contrário, fez time e torcida se unirem ainda mais na busca pelo título brasileiro.

Agora, o Palmeiras está muito perto de conquistar o objetivo. O time pode até ser campeão neste domingo (18) se vencer o Paraná, dependendo dos resultados dos concorrentes diretos Internacional, Flamengo e Grêmio nesta quinta-feira (15). Para uma equipe que há um turno cambaleava entre vitórias e derrotas, a arrancada sob o comando de Felipão para a liderança confortável do Brasileirão mostra como o feito é impressionante.