Topo

PM justifica ação criticada por palmeirenses e que encerrou festa do título

Corre-corre entre palmeirenses ocorreu após a PM se utilizar de bombas de efeito moral - reprodução/Twitter
Corre-corre entre palmeirenses ocorreu após a PM se utilizar de bombas de efeito moral Imagem: reprodução/Twitter

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo (SP)

03/12/2018 16h32

A festa dos torcedores do Palmeiras na Rua Palestra Itália terminou mais cedo. Uma ação da Polícia Militar, que se utilizou de bombas de efeito moral e balas de borracha, expulsou os palmeirenses da via mais próxima ao Allianz Parque, horas depois do triunfo por 3 a 2 sobre o Vitória e da entrega da taça de decacampeão do Campeonato Brasileiro. Nesta segunda-feira (3), a corporação se pronunciou sobre o caso, alvo de críticas nas redes sociais e por quem estava no local.

Leia mais

Em nota enviada para a reportagem do UOL Esporte, a Polícia Militar de São Paulo diz que só se utilizou da força por culpa de um tratamento hostil por parte dos torcedores. A entidade afirma também ter um policial ferido na operação; o profissional acabou liberado depois de medicado na noite do último domingo, segundo informação confirmada pela própria PM.

"A Polícia Militar informa que foi acionada para desobstruir a R. Palestra Itália, após encerramento da partida de futebol entre Palmeiras e Vitória, rua na qual torcedores do clube paulistano comemoravam o título brasileiro. Ao chegarem, os policiais militares foram hostilizados e agredidos com garrafadas e pedradas, sendo necessário o uso de munições de menor potencial ofensivo", afirma a PM. 

"Um soldado PM foi atingido no braço esquerdo e socorrido ao Pronto-Socorro da Barra Funda, onde foi medicado e liberado", acrescenta a nota enviada pela Polícia para a reportagem.

A versão da polícia é contestada por quem estava lá. Dono do bar 'L'Osteria Palestra', Izidoro Lopreto reclamou do excesso de brutalidade e da falta de ajuda para um menino que passou mal com as bombas de gás. Nas redes-sociais, palmeirenses também questionaram o modus operandi das autoridades no último domingo, quando os torcedores compareceram em público recorde para ver o troféu do Brasileirão ser entregue ao time.

"Tinha uma pessoa, um menino com síndrome de Down que foi atingido pelo gás da polícia, e a ambulância do Palmeiras ainda ignorou o socorro. Quem socorreu fomos nós. Ele foi covardemente atacado pela PM', sentenciou o comerciante, antes de assegurar a tranquilidade no clima antes da ação policial.

"Foi uma vergonha. Sem necessidade. Foi uma coisa ridícula, absurda, um excesso de autoridade, um abuso. Não tinha sentido. Foi desproporcional, só tinham famílias, crianças, só pessoas 'de boa', tranquilas. Torcida única, e os caras vieram em uma truculência sem necessidade", declarou ao UOL Esporte.

A reportagem recebeu vídeos que mostram o início da confusão no portão principal do Allianz Parque. Alguns torcedores arremessam objetos nos carros dos PMs, que não demoram a iniciar a ação e provocar corre-corre entre os palmeirenses. Há imagens de um policial atirando em torcedores que tentavam se proteger no muro das bilheterias do estádio.

O fim tenso contrasta com o ocorrido no último dia 25. Um número elevado de torcedores se concentrou nas mesmas ruas para assistir ao jogo no Rio de Janeiro. Passada a vitória sobre o Vasco e a confirmação da festa na frente do centro de treinamento, o grande grupo se deslocou para a avenida Francisco Matarazzo a fim de encontrar jogadores, Felipão e companhia.