Apesar da ascenção rápida em seis anos de existência, a temporada de 2011 ficará marcada negativamente no pequeno Duque de Caxias. Com 12 pontos e apenas uma vitória em 28 rodadas, a equipe fluminense está praticamente rebaixada na Série B do Campeonato Brasileiro. Além disso, a campanha do Tricolor da Baixada quebrou um recorde negativo, já que este é o pior retrospecto das duas principais divisões do futebol nacional desde o início da era dos pontos corridos.

O aproveitamento do Duque de Caxias neste ano, na Série B, consegue ser pior que o do América-RN, em 2007, pela Série A. Na ocasião, a equipe potiguar, nas mesmas 28 rodadas, tinha conquistado apenas três vitórias e 13 pontos. Para não disputar a terceira divisão do ano que vem, o Tricolor da Baixada teria de vencer todos os dez jogos que faltam e torcer contra os adversários diretos nas rodadas restantes. Apesar de não comentarem abertamente, os dirigentes do clube já admitem que a missão é quase que impossível e já planejam para 2012 a disputa da Série C.

Não bastasse a péssima campanha, outro fato vem chamando muito a atenção: a quantidade de torcedores nos jogos do Duque como mandante. Esta é a terceira vez que o Caxias está disputando a segunda divisão e, em todos estes anos, a equipe fluminense levou o título de pior público da competição em uma partida.

Em 2009, apenas cinco pessoas presenciaram a vitória por 4 a 1, sobre a Ponte Preta. Já em 2010, O público melhorou um pouco e pulou para 32 pagantes na derrota por 1 a 0 para o América-RN. Neste ano, o Duque também emplacou o pior público no empate sem gols com o Paraná, nesta 28ª rodada, com 24 heroicos espectadores. A média de torcedores nas partidas em casa do clube deste ano é de apenas 319 pessoas, abaixo dos 409 de 2010.

Muitas teorias surgem para explicar a falta de público do clube. A mais consistente é a falta de identificação. Tudo porque o Estádio Romário de Souza Faria, o Marrentão, é muito pequeno (apenas 7 mil lugares) e não cumpre as exigências mínimas de segurança da CBF. Por isso, o Tricolor da Baixada não pode se apresentar em sua cidade e teve de procurar lugar para jogar. Tentou em São Januário e no Engenhão, mas o excesso de partidas nestes locais impediram a realização de novos confrontos. Agora, o time manda seus jogos no Estádio da Cidadania, em Volta Redonda, cerca de 90 quilômetros do município caxiense.

“O clube é muito novo. Todo mundo divulga se é o menor público, se é a menor média, mas ninguém leva em consideração que a pequena história do clube. Estávamos criando uma empatia quando subiu e foi proibido de jogar em seu estádio”, disse Alan de Paula, gerente de futebol do Duque de Caxias, que foi fundado no dia 8 de março de 2005.

Com a provável queda para a Série C, o público nos jogos do Tricolor da Baixada deverá melhorar, já que não há uma capacidade mínima exigida para a primeira fase da terceira divisão e o time poderá atuar em casa. Resta ao Duque de Caxias aproveitar o inevitável, se reaproximar de sua torcida, de sua cidade, e melhorar sua estrutura, para que, em 2013, esteja novamente na segunda divisão, mas mandando seus jogos literalmente em casa.

“Acho até que a torcida vai se aproximar mais porque poderemos jogar em Duque de Caxias. Não é que o rebaixamento seja bom para o clube. Na verdade, vai ser uma mancha em nossa história. Mas não sinto vergonha disso. Estou muito consciente da nossa situação. Tenho muita esperança de que conseguiremos dar essa guinada”, encerrou o dirigente.

O Duque de Caxias tem algumas torcidas organizadas. A primeira a surgir foi a Torcida Organizada Dragões de Caxias, fundada em setembro de 2006. Após um desentendimento na principal organizada, houve uma divisão e criou-se uma segunda: a Torcida Infernizada Tricolor. Ambas, porém, não frequentam os jogos, já que estes estão sendo realizados em Volta Redonda, 130 quilômetros longe da Baixada Fluminense.