Em jogo em que os maqueiros se recusaram a trabalhar por falta de pagamento, sendo substituídos por dois funcionários da base do time da casa, Ipatinga e Guarani empataram, em 0 a 0, na noite desta sexta-feira, no Ipatingão, resultado que não alterou sua dramática situação na Série B. Para a equipe de Campinas, o ponto somado o ajuda a se tranquilizar em relação à zona de risco, mas o deixa ainda mais longe do acesso.

Contra um adversário aparentemente desmotivado, o Ipatinga jogou melhor, criou chances de gols, incluindo um pênalti desperdiçado, mas ficou no empate sem gols. O Guarani foi a 37 pontos, ficando a 15 do São Caetano, quarto colocado e primeiro do G-4, o que significa que faltando 10 jogos para encerrar sua participação na Série B, ficou ainda mais difícil a situação do time de Campinas em relação a buscar uma vaga na elite do futebol nacional.

Ipatinga e Guarani fizeram um jogo entre um time que passa por dificuldades financeiras, com atraso de salários, e uma equipe que já viveu situação semelhante a essa em um passado recente. “O Guarani tinha salário atrasado, mas saía de campo sempre aplaudido e sabemos que o Ipatinga não vai desistir nunca”, destacou Vadão. O técnico do time da casa, Eugênio Souza, garantiu que o grupo é formado por jogadores de “caráter”.

Apesar de jogar com raça e disposição, o Ipatinga não conseguiu a vitória, que poderia ser o início de uma reação na competição. O time do Vale do Aço mineiro chegou a 18 pontos e segue em situação desesperadora em relação ao rebaixamento. E os problemas vividos pelo clube mineiro complicaram até mesmo a estrutura para a partida. O jogo começou sem a presença dos maqueiros. Dois funcionários foram improvisados na função, de acordo com a transmissão do canal Premiére.

O primeiro tempo entre Ipatinga e Guarani foi disputado em ritmo lento. Em alguns momentos, o time visitante chegou a aparentar desinteresse, enquanto os mandantes, envolvidos em muitos problemas, incluindo salários atrasados e a enorme possibilidade de rebaixamento, mostrava vontade. Dessa forma, a equipe ipatinguense criava oportunidades, embora o atacante Bruno Batata não conseguisse transformá-las em gol.

E a primeira chance desperdiçada pelo camisa 11 do Ipatinga foi em cobrança de pênalti, aos 13 min. O árbitro Edivaldo Elias da Silva marcou pênalti de Rodrigo Arroz sobre Léo. Bruno Batata se preparou para bater a penalidade, andou devagar em direção à bola e bateu à meia altura. O goleiro Emerson fez a defesa impedindo que o time da casa ficasse em vantagem.

Cinco minutos depois, Bruno Batata teve outra chance, com a bola rolando, mas o goleiro do Guarani fez novamente a defesa. Já aos 37 min, o atacante ipatinguense finalizou para fora. O Guarani, por sua vez, pouco ameaçou o gol defendido por Helton Leite. Poucos inspirados e ‘sumidos’ em campo, os meias Danilo Sacramento e Rafael Costa não conseguiam criar oportunidades para as finalizações dos atacantes Ronaldo e Clebinho

Bruno Batata reconheceu estar em uma noite infeliz. “Numa situação dessas não dá para perder, faltou um pouco de tranquilidade na hora do pênalti, mas a profissão é assim mesmo, o time está bem, apesar das oportunidades perdidas, está criando”, afirmou o atacante, garantindo que sempre cobrou pênalti dessa forma. O goleiro Emerson admitiu que o Guarani não colocou em prática o combinado. “Erramos muito passe e ficamos afobados, tentando resolver logo e perdemos a bola”, analisou.

E Bruno Batata não voltou para o segundo tempo. Ele foi substituído por Douglas, revelado pelo Corinthians. No Guarani, após alguma indecisão, em relação às condições físicas de Jackson, com dores nas costas, o técnico Vadão decidiu manter o atleta em campo e tirou Rafael Costa para a entrada de Dener. As mudanças não alteraram o panorama, no recomeço do jogo. O Guarani tocava a bola lentamente e o Ipatinga tentava atacar.

Aos poucos, no entanto, o Guarani se soltou um pouco e criou algumas oportunidades para abrir o marcador. Numa delas, aos 18 min, Oziel cruzou da meia direita à área, Ronaldo passou da bola e não conseguiu o domínio para finalizar, desperdiçando a chance de marcar o primeiro gol. O jogo seguiu sem muita emoção e com muitos erros dos dois lados. Uma exceção foi a bola cabeceada na trave por Rodrigo Arroz, aos 38 min. A resposta ipatinguense aconteceu aos 43 min, com Douglas.

IPATINGA 0 X 0 GUARANI
 
Ipatinga
Helton Leite; Gedeílson, Eron, Max e Silvio (Bachin); Anderson Uchoa, Max Carrasco, Leandro Brasília (Vinícius Kiss) e Bruninho; Léo Mineiro e Bruno Batata (Douglas)
Técnico: Eugênio Souza

Guarani
Emerson, Oziel, Fernando, Rodrigo Arroz e Bruno Recife; Jackson, Fábio Bahia, Danilo Sacramento e Rafael Costa (Dener); Ronaldo (Fumagalli) e Clebinho (Robinho)
Técnico: Vadão

Local: Ipatingão, em Ipatinga (MG)
Data: 5/10/2012 (sexta-feira)
Árbitro: Edivaldo Elias da Silva
Auxiliares: Ramires Santos Cândido e Leonardo Mendonça
Cartões amarelos: Fernando (G), Dener (G)