Em jogo que teve o pior público pagante da Série B – apenas 37 pessoas –, o Ipatinga encerrou jejum de 10 jogos sem vitória, período em que havia perdido cinco vezes e empatado outras cinco, ao derrotar o Joinville, por 1 a 0, na noite desta terça-feira, no Ipatingão. O resultado não foi suficiente para tirá-lo da lanterna da Série B. Já o time catarinense completou três jogos sem triunfo, pois vinha de dois empates seguidos e viu ficar mais distante o sonho de chegar ao G4.

O Joinville entrou pressionado em campo, pelos resultados de São Caetano e Atlético-PR, quarto e quinto colocados, que venceram Ceará e Avaí, por 2 a 0 e 3 a 1, respectivamente. “Os resultados de São Caetano e Atlético-PR não foram bons para nós, mas temos de fazer o nosso melhor e respeitando o Ipatinga”, afirmou o técnico Leandro Campos, antes do início do jogo. Eugênio Souza, treinador ipatinguense, por sua vez, disse que enquanto houver chances matemáticas, o time crê na permanência na B.

Com o apertado triunfo, o Ipatinga chegou a 21 pontos, um a menos que o penúltimo colocado, o Grêmio Barueri, que perdia por 2 a 0, mas empatou com o Bragantino, fora de casa, em 2 a 2. Apesar de seguir em último lugar, a sete pontos do primeiro time da zona de risco (Bragantino) e a nove do último fora dela, o CRB, a equipe ipatinguense segue acreditando na possibilidade de se salvar. Já o time catarinense se manteve com 49 pontos, a sete do São Caetano, que fecha o G4, com 56 pontos.

O Ipatinga quebrou o seu próprio recorde negativo. O pior público pagante era do clube do Vale do Aço mineiro, registrado logo na primeira rodada da competição, no empate em 1 a 1 com o ABC, em 18 de maio, no mesmo estádio Ipatingão: 142 pessoas pagando ingressos. Naquela vez, foram 105 pagantes a mais. No jogo com o Joinville, o público presente, que não foi informado, era maior, por ter sócios torcedores do Ipatinga e também convidados.

Ipatinga e Joinville fizeram um primeiro tempo equilibrado e muito disputado, mas sem grandes chances de gols. Necessitados da vitória, embora por motivos opostos, as duas equipes correram muito e mostraram disposição, mas sem muita técnica. Com a bola rolando, os dois lados pouco ameaçaram os goleiros Helton Leite e Ivan, pois a pontaria dos jogadores não estava boa.

Em jogadas de bola parada, no entanto, os dois times levaram perigo ao adversário. Aos 18 min, por exemplo, Ricardinho cobra falta para o Joinville, a bola desvia na barreira e vai para fora. O Ipatinga chegou com perigo em cobrança de escanteios. Aos 32 min, Bruninho bate e Ivan impede o gol olímpico. No minuto seguinte, na segunda batida consecutiva de Bruninho, Max desvia, de cabeça, e põe a equipe da casa à frente.

Depois do gol do time do Vale do Aço mineiro, o Joinville se lançou mais ao ataque e criou chances de chegar ao empate, esbarrando em seus erros de finalização e na insistência nas bolas cruzadas sobre a área ipatinguense. Para o goleiro Ivan, faltou atitude da equipe catarinense. “O time esteve apático, aceitando a marcação, faltou querer vencer”, salientou o camisa 1 do Joinville, que, no entanto, viu irregularidade no gol adversário.

Ivan disse ter sofrido carga faltosa. “Estava na bola, mas sofri carga por trás. Infelizmente, o juiz não viu. Contra a gente nuca vê”, protestou. Max, por sua vez, elogiou o cruzamento de Bruninho, na cobrança do escanteio, e a sua capacidade de se “antecipar ao goleiro”. O zagueiro aprovou a atuação do seu time no primeiro tempo. “Marcamos bem e aproveitamos a oportunidade de gol”, destacou.

O Ipatinga, que já foi punido nessa competição por atraso de jogo, retornou para o segundo tempo com quase cinco minutos a mais, período em que o Joinville se aquecia no gramado. As duas equipes voltaram sem alterações e o time casa esteve perto de marcar o segundo gol, logo a 30 segundos, em chute forte de Bruninho, defendido com dificuldade por Ivan. A resposta dos visitantes veio aos 3 min. Por pouco Gedeílson não fez gol contra.

No minuto seguinte, Helton Leite impediu o empate, ao defender chute de Adaílton e, no rebote, Ricardinho mandar por cima do travessão. A pressão do time visitante era muito forte. Acuado, o Ipatinga só se defendia na etapa final. O primeiro ataque perigoso do time anfitrião foi aos 13 min, quando Leandro Brasília ficou na cara de Ivan, que impediu o segundo gol. A partida seguiu aberta e indefinida até o final. Aos 38 min, por exemplo, Lima acertou a trave, em cobrança de falta. O Ipatinga resistiu e conseguiu seu triunfo, bastante comemorado pelos jogadores.

IPATINGA 1 X 0 JOINVILLE

Ipatinga
Helton Leite; Gedeílson, Tiago Alencar (Pedrão), Max e Silvio; Marx Carrasco, Anderson Uchoa, Leandro Brasília (Marcel) e Bruninho; Rogelio Ávila e Leo (Andrezinho)
Técnico: Eugênio de Souza

Joinville
Ivan; Eduardo, Pedro Paulo, Diego Jussani e Carlos Alberto (Jean Carlos); Leandro Carvalho, Glaydson, William e Ricardinho (Jaílton); Adaílton (Aldair) e Lima
Técnico: Leandro Campos

Local: Ipatingão, em Ipatinga (MG)
Data: 16/10/2012 (terça-feira)
Árbitro: Gilberto Rodrigues Castro Júnior
Auxiliares: Katiuscia Berger Mendonça e Leandro dos Santos Ruberdo
Cartões amarelos: Anderson Uchoa (I), Adailton (J), Pedro Paulo (J), Rogelio Ávila (I), Sílvio (I), Pedrão (I), William (J)
Gols: Max, aos 33 min do primeiro tempo