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Série B - 2019

Falta de opções no mercado pode ajudar Kleina a ficar no Palmeiras

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

06/11/2013 06h00

A falta de opções no mercado pode se tornar a maior aliada do treinador Gilson Kleina para que ele continue no cargo em 2014. O clube realmente busca um novo comandante para o ano de seu centenário, mas tem problemas para encaixar um nome que sirva ao perfil buscado pela diretoria. O sonho do presidente Paulo Nobre é anunciar alguém renomado e que aceite ganhar um salário que a cúpula palmeirense queira pagar. A equação é complexa e dificulta as negociações.

O UOL Esporte apurou que, embora seja pessimista em relação ao seu futuro no clube, Kleina não faz uma pressão maior para que a diretoria decida porque ainda tem esperanças de permanecer, justamente porque sabe que as condições do mercado não estão propícias para o Palmeiras negociar. Seu contrato termina em dezembro deste ano.

Para a atual diretoria, trazer um treinador com um supersalário seria contradizer toda a filosofia adotada pela gestão de Paulo Nobre.  O cartola sempre frisou que não faria loucuras e que sua prioridade era sanar as contas do clube. Logo, um técnico do porte de Vanderlei Luxemburgo, Tite ou Abel Braga seria um contrassenso.

“Não vamos iludir absolutamente ninguém, não temos situação financeira boa para fazer loucuras em 2014. Já disse mais de uma vez, não quero decepcionar ninguém. Não seremos reféns do ano do centenário, mas teremos uma equipe competitiva, que vai honrar a camisa do Palmeiras, como foi em 2013", declarou logo após a conquista do acesso à Série A do Campeonato Brasileiro.

Quando assumiu a presidência do Palmeiras, Paulo Nobre deparou-se com um clube em grave crise financeira e instaurou uma política de austeridade fiscal. Desde então, sempre deixou claro que seu objetivo era sanar as dívidas na medida do possível, além de colocar a equipe novamente na Série A. Até o momento, ele tem feito malabarismos financeiros para conseguir isso, como pegar empréstimos a juros menores usando seu próprio nome.

Dentro do Palmeiras, existem duas correntes de pensamento sobre Gilson Kleina. Paulo Nobre e José Carlos Brunoro, diretor executivo do clube, não acham a permanência dele o fim do mundo, mas a maioria dos conselheiros defende sua saída com veemência. Tanto integrantes do Conselho Deliberativo quanto do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) da agremiação pedem outro treinador. “Ele fez um bom trabalho para subir o time, mas não tem a grandeza do Palmeiras para o ano do centenário”, disse um influente conselheiro que não quis ter seu nome revelado.

Enquanto não se decide, a diretoria palmeirense corre atrás de investidores para tentar solucionar o problema. Dinheiro em caixa se fará necessário não somente para conseguir um treinador de peso, como também para fazer reformulações necessárias na equipe. Do atual elenco, 14 jogadores esperam renovação de contrato. Até agora, nada foi anunciado.

Com o retorno à elite do futebol, o time pretende aumentar as receitas para o ano que vem. Até o final deste ano, a diretoria pretende anunciar um patrocínio de peso para a camisa, coisa que ainda não possui. Além disso, em 2014, haverá a inauguração no novo estádio, embora o clube esteja em pé de guerra com a construtora WTorre por divergências no contrato da obra.