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Com dois gols de Henry Kanu, Icasa vence América e ameniza crise da equipe

Do UOL, em Belo Horizonte

08/08/2014 21h20

O América-MG entrou em campo, na noite desta sexta-feira, no Estádio Romeirão, com dois objetivos em vista: encerrar o jejum de triunfos como visitante, vencer o Icasa e, dependendo de derrota do Ceará para o Atlético-GO, em Goiânia, assumir a liderança da Série B. O planejamento americano, no entanto, não se transformou em boa atuação da equipe do técnico Moacir Júnior, que viu o clube anfitrião ganhar a partida, por 2 a 0, com gols marcados por Henry Kanu, no segundo tempo. Dessa forma, os mineiros se mantiveram na terceira posição, com 26 pontos, mas com vantagem nos critérios de desempate em relação ao Joinville, o quarto colocado.

O Icasa, que faz campanha ruim na Série B e está entre mais diretamente ameaçados pelo rebaixamento, teve uma semana conturbada, com dispensa de jogadores e salários atrasados. Em campo não faltou vontade à equipe, que foi premiada por buscar mais o gol do que o adversário, apesar de ter feito isso de forma desorganizada. Foi o quinto triunfo da equipe da Terra do Padre Cícero, que continua como 15º colocado, agora com 18 pontos. O América-MG, por sua vez, não vence há cinco jogos fora de casa, com um empate e quatro derrotas seguidas nessa condição.

As fases do jogo: O América-MG começou pressionando o Icasa e, logo aos 2 min, Tchô desperdiçou ótima chance, ao cabecear a bola para fora. A situação parecia complicada para o time da casa, que perdeu o lateral direito Paulo Henrique, por contusão, com menos de 5 min. Ele foi substituído por Ivonaldo. Aos poucos, o panorama da partida mudou. A equipe cearense, que tinha mais posse de bola, mas não conseguia ser efetivo no ataque, passou a ameaçar o gol adversário. Foi assim, aos 26 min, quando Vanger deixou Foguinho em condições de marcar, mas o chute foi bem defendido por Fernando Leal. O time americano, que havia começado bem, passou a jogar de forma burocrática. A melhor oportunidade foi finalização de Obina, aos 15 min, que obrigou Dionatan a fazer difícil defesa. Sem emoção, a etapa inicial acabou sem gols.

Os dois times voltaram para o segundo tempo com as mesmas formações que terminaram a etapa anterior. O cenário do jogo também não se modificou muito. O Icasa continuava melhor, com mais posse de bola e com a iniciativa do ataque. Nem a ‘bronca’ de Moacir Júnior, claramente insatisfeito com o rendimento do seu time, mudou a situação. A equipe visitante quase não criava jogadas ofensivas e seus atacantes, como Obina, eram obrigados a recuar para ajudar na marcação. A pressão do Icasa foi recompensada, aos 28 min, após um bate e rebate, que se seguir à grande defesa de Fernando Leal. Henry Kanu marcou o gol e ainda fez o segundo, aos 43 min.

O melhor:Henry Kanu – Não que o camisa 9 do Icasa tenha feito uma grande exibição. Mas foi o herói da partida, demonstrando oportunismo e boa colocação para marcar os dois gols do triunfo do time da casa, já na fase final do segundo tempo.

O pior:Tchô – Não é tarefa fácil escolher um jogador como pior, no sistema ofensivo americano neste jogo. Mais habilidoso atleta do time mineiro em campo, nesta sexta-feira, já que Mancini cumpriu suspensão, Tchô não conseguiu ser efetivo na armação de jogadas, pouco aparecendo em campo e atuando ainda de forma lenta.

A chave do jogo: Falta de inspiração e apatia americana– Foi um jogo fraco tecnicamente. Sobrou vontade, mas faltou futebol. Erros de passes, chutões, bolas rifadas, cruzamentos e finalizações deficientes foram características presentes na partida e ajudam a explicar a dificuldade para sair gol, que só aconteceu de forma bastante chorada. Os jogadores dos sistemas ofensivos de Icasa e América-MG se nivelaram por baixo nessa partida. Mas além da pouca inspiração, os americanos se mostraram apáticos, em muitos momentos.

Toque dos técnicos: Por causa de problemas extracampo vividos pelo Icasa durante a semana, o técnico americano, Moacir Júnior, se preocupou em alertar seus jogadores para não se enganarem com as dificuldades do adversário. Ele chegou a usar o exemplo do Botafogo, que também passa por problemas e tirou pontos do líder Cruzeiro na Série A. Moacir armou sua equipe de forma ofensiva, com quatro homens ofensivos (dois meias e dois atacantes), mesmo fora de casa, mas não conseguiu superar o time cearense, que teve o controle da maior parte do jogo, pressionando, mas falhando na finalização. O treinador americano demorou a mexer no time, o que só aconteceu depois aos 29 min do segundo tempo. Já Leandro Sena queimou suas substituições com menos de 25 min dessa etapa e viu recompensado o esforço de tornar o time mais agressivo.

Para lembrar:

Icasa não ouve hino da cidade. Tradição nos jogos em Juazeiro do Norte, o hino da cidade foi executado antes do início do jogo com o América-MG. O inusitado é que o time da casa não estava em campo. Somente os jogadores americanos estavam perfilados. Os atletas da equipe anfitriã entraram no gramado após o hino e, segundo a imprensa local, o atraso aconteceu como protesto por salários atrasados.

Muita conversa no vestiário do Icasa. Em rápida entrevista ao Premiére, antes de a bola rolar, o meia Vanger, justificou o atraso e a ausência do Icasa no momento do hino em função das conversas do grupo de jogadores no vestiário e depois no túnel de acesso ao campo. Ele não esclareceu o conteúdo do demorado papo.

Desempenho invertido. Ano passado, o América-MG era um visitante indigesto, mas tinha enorme dificuldade para vencer como mandante, o que acabou impedindo o acesso acesso à Série A. Na atual edição da Série B, a situação se inverteu. A equipe americana está forte como anfitriã, fazendo direitinho o seu dever de casa, mas já não vence há cinco jogos longe de seus domínios, com dois empates e três derrotas.

ICASA 2 X 0 AMÉRICA-MG

ICASA
Dionatan; Paulo Henrique (Ivonaldo), Naylhor, Gilberto e Zé Carlos; Jonatan Lima, Dodó, Eliomar e Vanger (Lucas Gomes); Foguinho (Nubio Flávio) e Henry Kanu
Técnico: Leandro Sena

AMÉRICA-MG
Fernando Leal; Pablo, André, Vitor Hugo e Gilson; Leandro Guerreiro, Andrei Girotto, Tchô (Bruninho) e Willians; Ricardinho (Dinei) e Obina (Júnior Negão)
Técnico: Moacir Júnior

Data: 25/7/2014 (sexta-feira)
Local: Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte (CE)
Árbitro: Francisco Carlos do Nascimento
Auxiliares: Carlos Rocha e Esdras Lima Albuquerque
Cartão amarelo: Ricardinho (América)
Gols: Henry Kanu, aos 28 min e aos 43 min do segundo tempo