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Interino 'passa bastão' a Gomes na liderança, mas Botafogo tem problemas

Ao lado do cartola Antônio Lopes, Gomes assiste à partida entre Bota e Criciúma no Engenhão - Vitor Silva / SSPress
Ao lado do cartola Antônio Lopes, Gomes assiste à partida entre Bota e Criciúma no Engenhão Imagem: Vitor Silva / SSPress

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/07/2015 06h01

O auxiliar técnico e interino Jair Ventura Filho cumpriu sua missão e manteve o Botafogo na liderança da Série B do Campeonato Brasileiro após comandar a equipe por três jogos. O último compromisso do filho de Jairzinho antes de repassar o time ao treinador efetivo Ricardo Gomes foi o empate por 0 a 0 com o Criciúma na terça-feira, no Engenhão, partida em que ficaram claros problemas que o novo dono do cargo terá daqui para frente.

Após a demissão de René Simões, há 20 dias, o auxiliar técnico Jair Ventura comandou a equipe na vitória sobre o Náutico (1 a 0) e nos empates com Criciúma e Bahia (1 a 1). Os resultados foram suficientes para manter o time no topo da tabela, mas o Botafogo mostrou em campo que está longe de sobrar na competição. Mesmo assim, o interino julgou ter cumprido sua missão.

“Queria agradecer ao presidente e à diretoria pela oportunidade ter ficado interinamente nesses três jogos. O objetivo foi conquistado, e deixo o time na liderança antes de passar o bastão para o Ricardo. O Botafogo é líder absoluto, com dois pontos de diferença. Estou feliz, cinco pontos em três jogos”, disse Jair, que deixa a equipe com 29 pontos, dois a frente do vice líder Vitória.

Contra o Criciúma, na última terça, o Alvinegro teve atuação apagada e chegou a ser pressionado pelo rival – o 11º colocado da competição - mesmo dentro de casa. A atuação rendeu vaias da torcida presente ao Engenhão e cobrança de 'raça'. Na vitória sobre o Náutico e no empate com o Bahia, o futebol também não foi dos melhores.

Um dos alvos da torcida no empate com o Criciúma foi o meia Gegê. O apoiador foi o mais vaiado no fim da partida que decepcionou os poucos torcedores que compareceram ao estádio. Jair Ventura defendeu o jovem, mas admitiu que tanto ele quanto a equipe tiveram desempenho abaixo do esperado.

“A torcida tem razão. Quer ver um bom espetáculo e tem direito, pois paga ingressos. O Gegê não fez um bom jogo hoje., mas é um cara que tem uma função tática muito importante. O torcedor não vê isso. Ele não para, recompõe o tempo todo. Ele não esteve em seu melhor dia tecnicamente, mas taticamente foi muito importante. Ele não fez um bom jogo, mas não só ele, como o time todo. Todos nós não correspondemos hoje”, analisou Jair.

Além das atuações apagadas do time nas últimas rodadas, o técnico Ricardo Gomes terá como desafio fazer com que o time se reencontre na Série B mesmo após perder peças fundamentais como Marcelo Mattos, Bill, Jobson, Gilberto e Rodrigo Pimpão. O último ainda pode voltar a defender o Alvinegro caso o Emirates Club, dos Emirados Árabes, não pague a multa rescisória até a semana que vem.

Para completar, Ricardo precisa provar que pode comandar uma equipe após quatro anos parado por causa de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) sofrido enquanto comandava o Vasco. No primeiro contato com jogadores e imprensa, o treinador mostrou melhoras significativas em relação ao passado recente, mas admitiu ainda ter sequelas do problema de saúde.