Topo

Dependência de centroavante faz Inter repensar forma de jogar para 2018

Leandro Damião é peça fundamental na movimentação ofensiva do Inter atualmente - Ricardo Duarte/Inter
Leandro Damião é peça fundamental na movimentação ofensiva do Inter atualmente Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

01/11/2017 04h00

A cada ausência de Leandro Damião, um drama. Esta tem sido a rotina do Inter desde a chegada do camisa 22. Quando não o tem, Guto Ferreira já tentou várias reposições, mas nenhuma com o resultado esperado. Por isso, de olho em 2018, o treinador pode rever a forma de jogar de sua equipe.

É consenso que, com o elenco que tem em mãos, Guto não pode alterar a maneira da equipe atuar. Até porque foi estabelecendo o 4-1-4-1 com movimentações ofensivas lateralizadas e apoiadas pelo pivô de Damião que o Colorado cresceu na Série B.

Além disso, na avaliação do comando técnico, a segunda divisão requer tal disputa física por espaço. É um centroavante 'de ofício' o responsável por 'bater de frente' com defensores rivais e arrancar lacunas para conclusões melhores. E não há outro no elenco atualmente.

Tem dado certo com Damião, mas não sem ele. Os números evidenciam a dependência que a equipe tem em relação ao jogador. Com Damião em campo o aproveitamento do Inter é de 84%. Foram 11 vitórias em 13 jogos. Ele marcou seis gols, praticamente um a cada duas partidas. Sem ele cai para 51%, inferior aos clubes que estão no G-4 da Série B.

"É um jogador que mudou o estilo de jogo do Inter com sua chegada. Tem características únicas, a estatura, a forma que ele pode segurar dois atletas adversários na frente... É muito difícil de se ter um centroavante com essa imposição física. Ainda mais na Série B, quando se pega campo ruins, é um jogador fundamental. Nas partidas que ele não joga, a gente tem que mudar um pouco o estilo de jogo. A gente espera que esteja em condições", disse o lateral esquerdo Uendel.

Guto Ferreira já testou Roberson, Nico López, Carlos, improvisou Pottker e até mesmo utilizou o jovem Joanderson. Mas nenhum deu resultado sequer aproximado ao dono da posição.

Por isso, de olho em 2018, o treinador já começa a pensar na possibilidade de rever a forma de jogar. É possível uma maior aproximação dos homens de criação ao atacante, até pelas diferentes características de jogo da Série A. Não está descartada, até, uma formação com dois atacantes. 

A busca pelas triangulações nos flancos com cruzamentos por fim, ou mesmo o pivô para chegada em bloco dos atletas de meio pode não ser a melhor estratégia em duelos contra equipes de igual grandeza. 

Dependerá necessariamente dos acréscimos que o grupo receber. O atacante David, do Vitória, é um dos jogadores sob análise para o setor ofensivo. Mas o mercado não indica facilidade para contratação. Em fevereiro, o clube baiano rejeitou oferta de R$ 12 milhões por ele.

Determinar a chegada de um reserva para Damião ou um jogador de característica diferente pode simbolizar se o Inter optará por apenas manter a forma de atuar e ter uma reposição ou alterará as movimentações de olho no gol rival com nova postura em campo.

Mas 2018 ainda é assunto secundário no Beira-Rio. Por enquanto todas as forças estão - ao menos oficialmente - voltadas para a confirmação da volta à Série A. Leandro Damião voltou a trabalhar normalmente na terça-feira e pode, no sábado, reforçar o time vermelho diante do CRB, em casa.