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Diretoria inaugura era de 'caça às bruxas' no São Paulo e contraria jogadores

A eliminação do Paulistão gerou uma mudança de atitude na diretoria do São Paulo - Rubens Chiri/site oficial do São Paulo
A eliminação do Paulistão gerou uma mudança de atitude na diretoria do São Paulo Imagem: Rubens Chiri/site oficial do São Paulo

Renan Prates

Do UOL, em São Paulo

03/05/2012 06h00

A eliminação do Paulistão na semifinal no último domingo gerou uma mudança brusca de atitude na diretoria do São Paulo, que decidiu inaugurar uma era de ‘caça às bruxas’ e punição aos culpados no Tricolor, atitude que contrariou os jogadores e gerou instabilidade no grupo.

O principal alvo da ‘degola’ da diretoria foi o zagueiro Paulo Miranda, retirado da concentração no dia do jogo contra a Ponte Preta pela Copa do Brasil com a alegação de que era para preservá-lo pelo mau momento que atravessa.

Os outros dois ‘eleitos’ como os vilões da eliminação do São Paulo no Estadual tiveram punições mais brandas. Jadson e Piris foram para o banco e deram lugar a Fernandinho e Douglas, que teve sua estreia antecipada mesmo com apenas um jogo-treino realizado e voltando de uma séria lesão no púbis.

BLOGUEIROS OPINAM SOBRE O TEMA

Quesada: O São Paulo afasta zagueiro, revolta elenco e desafia Leão. O tricolor paulista não sabe mais administrar crises. Leia mais
Perrone: Ainda que de maneira indireta, os cartolas interferiram na escalação de Leão. Leia mais

Leão costumeiramente trocaria Fernandinho por Jadson no segundo tempo, mas se viu no dever de deixar o jogador no banco e colocar Maicon na partida para que o meia entendesse o recado.

A decisão de barrar Paulo Miranda partiu do presidente Juvenal Juvêncio e contrariou os jogadores, como admitiu Leão após a derrota por 1 a 0 para a Ponte Preta consumada nesta quarta. O capitão Luis Fabiano disse até que a vitória, se fosse concretizada, seria oferecida para o zagueiro como forma de mostrar solidariedade do grupo ao seu momento.

“Todo mundo tem sua parcela de culpa pela situação. Com certeza isso não é normal, mas acontece em time grande como aconteceu aqui. A gente tentou jogar para ele, tentou dedicar a vitória para ele, mas não deu”.

Leão terá agora a dura tarefa de animar o grupo a tempo de reverter a vantagem da Ponte Preta no duelo de volta, na próxima quinta, no Morumbi. Mas ele primeiro terá que driblar a apatia que sentiu por ter que acatar uma ordem superior. “A diretoria é soberana, felizmente é soberana”, se resignou a dizer o treinador após o jogo.