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Grêmio teme se tornar reincidente com novo julgamento em casos de racismo

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/08/2014 17h29

O Grêmio teme ser reincidente em casos de racismo na torcida. O caso de xingamentos racistas contra o zagueiro Paulão, do Internacional, na primeira partida da final do Gauchão, ainda não teve fim, o responsável não foi encontrado e um novo julgamento ocorrerá no Pleno do STJD. Se uma punição ocorrer antes do julgamento pelos atos desta quinta-feira, o clube será considerado reincidente.

Em nenhum momento o Grêmio foi absolvido pelos atos racistas contra Paulão no Gauchão. Na primeira instância, no TJD, o clube foi punido com pena de R$ 80 mil. Na segunda, no Pleno do TJD, a pena foi reduzida para R$ 10 mil. E agora a terceira ainda não tem data para ser julgada. A tendência é de ocorrer dentro de 10 dias. Se o Grêmio for punido novamente, será reincidente.

Ao fim do clássico Gre-Nal, que terminou 2 a 1 para o Inter, o jogador foi chamado de 'macaco' por um torcedor nas cadeiras. Irritado, 'encarou' o aficionado e chamou para briga. Depois, desistiu de fazer Boletim de Ocorrência.

E neste caso, o torcedor não foi identificado ou punido. As câmeras da Arena foram insuficientes para encontrar o responsável. Um inquérito policial segue aberto, mas nada houve até agora.

Diferente desta vez, quando cinco torcedores já foram punidos por conta da injúria racial contra o goleiro Aranha, do Santos. Entre eles, Patrícia Moreira, flagrada pelas câmeras da ESPN chamando o camisa 1 santista de 'macaco'.

Porém, o primeiro caso pode influenciar no julgamento do segundo. Se o Grêmio for punido, é considerado reincidente e tem mais chances de ter nova pena por conta da conduta dos torcedores. Segundo o departamento jurídico gremista, a pena pode ir de 5 a 10 jogos com perda de mando de campo, ou ainda multa. Exclusão da competição não passa pela ideia do clube gaúcho.

"O Grêmio não aceita generalização. Não somos um clube racista. Sempre que houve casos assim, o Grêmio puniu de forma rigorosa. E vamos punir todos os envolvidos novamente", disse o presidente Fábio Koff.

Patrícia, que além de ser proibida de ir a jogos do Grêmio e ser suspensa do quadro social também perdeu o emprego, e outros 9 torcedores não podem mais assistir jogos do clube na Arena. E mais aficionados ainda podem sofrer punições.

Para a partida de domingo, na Arena, diante do Bahia pelo Brasileirão, o Grêmio planeja novas ações contra o racismo, reforçando a ideia do clube de não ser rotulado como um clube praticante de tais atos.