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Fora Mano? Entenda por que o Corinthians ainda não pensa em demiti-lo

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

17/10/2014 06h00

As torcidas organizadas fazem pressão e Mano Menezes é o principal cobrado pela eliminação do Corinthians na Copa do Brasil. Hora de demissão? Por enquanto, para a diretoria corintiana, essa possibilidade ainda não é cogitada. As razões são técnicas, econômicas e até políticas.

Admirador confesso do treinador, Mário Gobbi lembrou após a derrota para o Atlético-MG que há menos de dois meses até o encerramento da temporada. Demitir Mano, primeiramente, representaria um gasto duplo para o Corinthians. E Gobbi não está disposto a assumí-lo em um ano de baixas receitas no Parque São Jorge.

Por contrato, a rescisão prevista para Mano Menezes em caso de demissão é de dois meses restantes de salário, e ele recebe cerca de R$ 600 mil. Dessa forma, a única maneira de não ter encargos extras seria deixar a equipe a cargo dos auxiliares Sylvinho e Fábio Carile, hipótese improvável.

Além de reconhecer méritos no trabalho de Mano (sexto colocado no Brasileiro) com um time reformulado durante o Paulista, Gobbi também pensa nas eleições marcadas para 1º de fevereiro. Sem saber quem será o sucessor, o presidente não quer deixar o contrato assinado com um próximo treinador.

A esperança, por enquanto, é que Mano Menezes consiga algo semelhante a 2010. Na ocasião, eliminado da Copa Libertadores pelo Flamengo, saiu da crise para a liderança do Campeonato Brasileiro e assumiu a seleção. Hoje, porém, a diretoria corintiana sabe que as expectativas são menores por razões financeiras.

Sem dinheiro para investir em grandes reforços neste ano, o Corinthians foi eliminado no Mineirão com uma série de jogadores inexperientes em confrontos de grande porte. Felipe, Bruno Henrique, Guilherme Andrade, Petros e Malcom, todos titulares, não renderam o esperado diante do Atlético. Por isso, após o jogo, Mano cobrou os mais experientes.

Manifestações como a do goleiro Cássio são vistas com preocupação. Ele criticou companheiros de defesa nos últimos dois jogos, mas foi cobrado publicamente e pediu desculpas diante dos mesmos microfones. Mano, de um modo geral, ainda parece ter o respeito dos comandados.

Em 2013 no Flamengo, vale lembrar, ele se demitiu de maneira inesperada e argumentou que não tinha suas ideias compreendidas pelo elenco. Já no Corinthians, terá a missão de recuperar o time e voltar ao G-4 do Brasileiro como única chance de se manter até dezembro e, quem sabe, em 2014. Mas a 10ª posição do returno já é sinal claro de que as coisas não estão ruins apenas na Copa do Brasil.