Topo

De família atleticana, Marcelo Oliveira 'vira a casaca' e faz filho chorar

Marcelo Oliveira recebe homenagem de torcedores do Cruzeiro na Toca da Raposa II - Dionizio Oliveira/UOL
Marcelo Oliveira recebe homenagem de torcedores do Cruzeiro na Toca da Raposa II Imagem: Dionizio Oliveira/UOL

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

11/11/2014 06h00

Marcelo Oliveira iniciou sua trajetória no futebol na década de 1970. Como jogador, passou mais de uma década no Atlético-MG, adversário desta quarta-feira, pela final da Copa do Brasil. O atual treinador do Cruzeiro ainda trabalhou nas categorias de base por cinco anos e mais um entre os profissionais do hoje rival. A ligação estreita do ex-atleta com o clube fez com que boa parte de seus familiares se tornasse torcedora da equipe alvinegra, inclusive seu filho, Rafael.

A história do garoto com o arquirrival do time comandado pelo pai se iniciou durante o trabalho de Marcelo nas divisões inferiores do Atlético. Criado no local, ele tem uma camisa de 2006 da agremiação toda autografada por jogadores que passaram por lá.

A paixão pelo Atlético proporcionou a Rafael uma história ainda mais inusitada. Quando o pai aceitou o convite do presidente Gilvan de Pinho Tavares para comandar o Cruzeiro, a rejeição não foi oriunda somente dos torcedores. O filho de Marcelo Oliveira se chateou com a mudança de rumo na carreira do pai e chegou a chorar, como conta Maurício Oliveira, irmão do técnico.

“Ele (Rafael) foi criado no Atlético desde pequeno. Ele torcia e vibrava com o clube. Quando o Marcelo acertou com o Cruzeiro, ele ficou um pouco chateado, chegou até a chorar. É difícil para uma criança esse tipo de mudança”, disse Maurício ao UOL Esporte.

Embora a mudança de time do treinador tenha afetado o garoto há quase dois anos, atualmente, ele não se importa muito, conforme o tio. “Mas hoje ele já aceitou e entende a opção do pai. Ele não se importa pelo fato de o pai trabalhar no Cruzeiro”, afirmou.

Rafael não foi o único a sentir-se contrariado pela ida do treinador à Toca da Raposa II. Outros familiares reprovaram a escolha do comandante e não escondem que, mesmo na final, torcerão pelo Atlético.

“Eu tento analisar pelo lado profissional, não vejo dessa forma de torcedor. Tem muita gente na família que vai chegar a ele e dizer: ‘Torço por você, mesmo no Cruzeiro, mas contra o Atlético não tem jeito, eu sou Galo’. E ele entende isso”, comentou o irmão do treinador.

Maurício também faz uma análise da passagem do irmão pela Cidade do Galo. A saída, em 2008, logo que Alexandre Kalil assumiu a presidência o deixou magoado. Ele, no entanto, acredita que a inexperiência do familiar foi fundamental para a quebra de sequência.

“Posso falar por mim. Quando ele deixou o Atlético, fiquei muito chateado com o presidente Alexandre Kalil. O Marcelo fez milagre no Atlético com um time muito limitado e não foi efetivado pela diretoria. Não tem como esconder que fiquei um pouco decepcionado, mas dá para entender. Afinal, naquela época, o Marcelo não tinha o nome que tem hoje”, ressaltou.