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PM libera 1854 lugares ao Atlético na final da Copa BR e pode reduzir mais

Do UOL, em Belo Horizonte *

20/11/2014 16h44

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) definiu que a torcida do Atlético-MG terá direito a 1.854 lugares na finalíssima da Copa do Brasil, diante do Cruzeiro, no Mineirão. A decisão foi tomada após uma vistoria dos agentes no estádio, realizada na véspera e anunciada, nesta quinta-feira, após reunião na sede do Comando de Policiamento Especializado (CPE), no Bairro Gameleira, na Região Oeste da capital mineira. Os valores dos ingressos, por enquanto, seguem os mesmos: R$ 1 mil, sendo que 40% do público alvinegro terá direito a meia-entrada.

 

O número de bilhetes disponibilizado ao visitante é inferior ao informado previamente pela diretoria cruzeirense. Na semana passada, o supervisor de futebol Benecy Queiroz informou que o clube entregaria 2.736 bilhetes ao arquirrival. A nova quantia liberada corresponde a 3% da capacidade total do Gigante da Pampulha, que comporta 58.170 pessoas.

A decisão da Polícia Militar é baseada no artigo 86 do Regulamento Geral de Competições (RGC) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que diz que “o clube visitante terá direito de adquirir a quantidade máxima de ingressos correspondente a 10% da capacidade do estádio ou da capacidade permitida pelos órgãos de segurança, desde que se manifeste em até três dias úteis antes da realização da partida, através de ofício dirigido ao clube mandante, necessariamente com cópia à Federações envolvidas e à DCO”.

A PMMG vetou a utilização dos blocos 301 e 344 do Mineirão a fim de aumentar a distância entre os torcedores de Atlético e Cruzeiro. Como o mandante comercializou bilhetes para o bloco 344, existe a possibilidade de redução de mais um bloco da torcida visitante, reduzindo a capacidade para 923 pessoas.

A decisão foi adiada para a manhã desta sexta-feira, quando a diretoria celeste enviará um ofício à PM para comunicar o que pretende realizar na repartição dos bilhetes para a sua torcida. “O Cruzeiro reforçou que irá fazer uma comunicação formal para a Polícia Militar até amanhã, às 11h, reduzindo um bloco de tal maneira que não haja prejuízo para a torcida do Cruzeiro no bloco 344”, disse o chefe do Comando de Policiamento Especializado (CPE), coronel Ricardo Machado.

Embora a decisão da Polícia Militar seja a de reduzir o número de visitantes no Mineirão, a diretoria do Atlético entrou com uma medida administrativa junto ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para garantir a carga de 10% da capacidade total do estádio. Caso o parecer do STJD seja favorável ao clube alvinegro, o coronel Ricardo Machado promete acatá-lo.

“O Atlético se posicionou dessa forma, dizendo que vai mover uma ação judicial requerendo os 10%. A Polícia Militar cumpre decisão judicial. Se vier a determinação judicial, a Polícia Militar vai se movimentar de tal forma que atenda a decisão judicial”, comentou.

O número de torcedores atleticanos no Gigante da Pampulha não é o único imbróglio envolvendo a final da Copa do Brasil. O valor dos ingressos para visitante – R$ 1 mil – também causa discussão. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu uma ação civil pública para questionar os valores praticados pelo mandante.

De acordo com a nota oficial, publicada no site do órgão, a ação pede que seja determinada, liminarmente, a comercialização dos ingressos do setor "Roxo" a valor não superior a R$ 500. A referida ação pede ainda que seja garantida a venda de meia entrada conforme os dispostos no Estatuto do Idoso, Lei Federal n°10.741/03 e Lei Estadual n°11.052/93.

Ainda segundo o Ministério Público, caso a liminar solicitada na ação não seja concedida a tempo, já que o jogo final ocorrerá na próxima quarta-feira, há o pedido de condenação do Cruzeiro, o réu, ao pagamento de R$ 5 milhões a título de reparação à coletividade pelo dano moral coletivo. O processo foi distribuído à 29ª Vara Cível de Belo Horizonte.

* Atualizada às 17h19