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Antes da final, cruzeirenses esbanjam confiança e atleticanos se 'calam'

Bernardo Lacerda e Thiago Fernandes

Do UOL, em Vespasiano e Belo Horizonte

25/11/2014 12h55

A rusga criada entre as diretoria de Atlético-MG e Cruzeiro em relação aos ingressos de visitantes permaneceu para o segundo jogo da final da Copa do Brasil. Alheios ao embate dos cartolas, jogadores dos rivais adotam posturas diferentes ao falar da decisão. Enquanto cruzeirenses esbanjam confiança na conquista do título, os atleticanos são mais comedidos e evitam declarações polêmicas.

Internamente, a disputa entre as duas diretorias foi ferrenha e se iniciou antes do primeiro jogo da final, no Independência. Para a partida da volta, a briga por ingressos e espaço no Mineirão não foi menor e segue a todo vapor na véspera da decisão.

No jogo de ida, depois de uma polêmica envolvendo das diretorias rivais, o Cruzeiro desistiu de usar a cota de ingressos para visitantes e acusou o Atlético de fazer manobra para impedir os cruzeirenses de irem ao Independência.

Na partida de volta, a celeuma foi mantida quando o Cruzeiro anunciou que o ingresso de visitante custaria R$ 1 mil. A Justiça determinou que o valor fosse reduzido a metade. A diretoria celeste, com base num laudo da Polícia Militar, disponibilizou apenas 1854 bilhetes, embora o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tenha acatado pedido do Atlético para a liberação da cota de 10% das entradas.

Se o clima é quente nos bastidores entre as duas diretorias, entre os jogadores é diferente. Os atletas dos dois clubes adotam postura distinta nas declarações. Os cruzeirenses demonstram ser possível reverter a desvantagem no placar para conseguir o título. Já os atleticanos criaram uma espécie de pacto para não dar aumentar a motivação do adversário.  

“Blindar, melhor coisa que pode acontecer é isso. Assim como a gente aguentou as piadinhas do Corinthians, Flamengo, a melhor coisa é a gente ficar quieto. A gente sabe de tudo o que está acontecendo, as pessoas passam essas coisas para a gente, mas a gente está focado, não queremos entrar em polêmica. Esta coisa de ingresso é da diretoria, a gente só quer entrar quarta-feira, fazer um bom jogo, segurar o Cruzeiro e ser campeão”, observou Diego Tardelli.

Internamente, os atletas atleticanos combinaram para evitar declarações polêmicas e de comemorações desde a classificação no jogo da semifinal, diante do Flamengo. “É se calar, evitar falar muito, pensar no que vai falar e focar em campo, trabalhar forte”, afirmou Luan, antes do primeiro jogo da decisão.

A grande preocupação dos jogadores atleticanos é em não criar polêmicas com declarações e assim esquentar mais o segundo e decisivo jogo da final da Copa do Brasil. A equipe alvinegra chega para o duelo com a vantagem de ter vencido o primeiro confronto por 2 a 0, no Independência, podendo perder por 1 a 0 para ficar com o título, ou diferença de dois tentos, desde que faça gols no Mineirão.

Já do lado celeste, os atletas não escondem a empolgação de poder decidir diante do seu torcedor e não deixam as declarações menos contundentes de lado. O lateral-esquerdo Egídio, por exemplo, disse ter certeza que o título da Copa do Brasil ficará com o Cruzeiro.

“Será maravilhoso. Jogamos só com a torcida deles. Agora será nosso jogo no Mineirão, com a nossa torcida. Colocaremos o coração na ponta da chuteira, daremos sangue, porque esse título é nosso”, afirmou o lateral, pouco depois do primeiro jogo da decisão.

Já Ricardo Goulart levou a comemoração do título do Brasileirão, no domingo passado, para o jogo decisivo da Copa do Brasil. “Quarta vai ter comemoração de novo”, afirmou o meia-atacante, ao final do duelo contra o Goiás.

O diretor de futebol celeste, Alexandre Mattos também não perdeu a chance de cutucar o rival e apimentar a rivalidade. Depois da vitória sobre o Grêmio, por 2 a 1, na semana passada, que deixou o Cruzeiro muito perto do título brasileiro, o dirigente mandou o recado aos atleticanos.

“Vamos pagar aquela conta lá, vamos pagar a conta que temos de pagar quarta-feira, nós precisamos deles (torcedores) lotando lá (o Mineirão)”, afirmou Mattos, fazendo referencia ao fato do Cruzeiro não ter vencido ainda o Atlético em 2014.