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Campeão da Copa do Brasil prova que abolir concentração vale a pena

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

27/11/2014 15h22

A campanha do título do Atlético-MG na Copa do Brasil coroou uma novidade quase única para o futebol brasileiro. O fim das concentrações. O alvinegro mineiro encerrou a reclusão dos jogadores nos jogos em Belo Horizonte ainda no Campeonato Brasileiro, mas viu a medida dar resultado expressivo em campo. O aproveitamento da equipe, desde que a medida foi adotada, é superior a 90%.

A decisão de abolir a concentração foi tomada por Levir Culpi e contrariou a diretoria atleticana. O diretor de futebol, Eduardo Maluf, foi contra, mas o treinador bancou. Levir disse, à época, que deixaria o comando do Atlético caso o grupo não se comportasse com o fim da reclusão.

O primeiro jogo sem a concentração dos atletas aconteceu na 13ª rodada do Brasileiro, contra o Atlético-PR, no Independência, e rapidamente deu resultado. O alvinegro mineiro venceu por 3 a 1. 

O caminho das vitórias continuou ao longo do ano, como mandante. Em 18 jogos desde que a concentração foi abolida, foram 16 vitórias diante da torcida atleticana e dois empates – o aproveitamento é de 92,6%. Os jogadores admitiram que a medida de Levir Culpi foi o diferencial para fechar o grupo e criar um clima melhor.

“O Levir acertou, acabou com a concentração, confiou nos jogadores. Nada melhor do que você poder dormir com a sua família, em casa. Então ele acertou muito nesta medida”, disse Diego Tardelli.

O fim da concentração refletiu bem também quando o Atlético enfrentou o Cruzeiro que era o mandante. Nas duas ocasiões, Levir Culpi manteve o esquema de apresentação dos atletas apenas no dia do jogo e vieram as vitórias no Mineirão, por 3 a 2 e agora, 1 a 0.

Foi mantido mesmo na decisão da Copa do Brasil, contra o rival Cruzeiro. Nos dois jogos contra o time celeste, o comandante deu liberdade para os comandados. No Independência, a vitória veio por 2 a 0. No Mineirão, na partida decisiva de quarta-feira novo triunfo, desta vez por 1 a 0.

Um dos líderes do grupo atleticano, Victor disse que a medida adotada pelo treinador foi muito bem recebida pelos atletas. “Mostra que nem sempre a concentração vai jogar jogo. Isso também deu mais leveza ao nosso ambiente de trabalho”, ressaltou o goleiro, em entrevista a ESPN Brasil.