Kalil se despede do Atlético-MG com fim de outro jejum histórico de título

Alexandre Kalil deixará o Atlético-MG no início de dezembro, depois de seis anos como presidente. Com o título da Copa do Brasil, conquistado nesta quarta-feira, no Mineirão, diante do arquirrival Cruzeiro, ele chega a sua quinta conquista na presidência atleticana e encerra o mandato como o dirigente que conquistou os títulos mais importantes e encerrou jejuns históricos.

Kalil assumiu o Atlético em 2008, pouco depois da renúncia de Ziza Valadares, que colocou o clube em grave crise. Sem presidente, uma eleição foi convocada em caráter de urgência e o antigo presidente do Conselho Deliberativo alvinegro assumiu a presidência atleticana já na reta final daquele ano.

O início do trabalho foi difícil. Com o Atlético em situação financeira ruim e sem um time de grande qualidade, evitou o rebaixamento para a segunda divisão, sob comando do hoje técnico do Cruzeiro, Marcelo Oliveira, que ao final da temporada, acabou sendo dispensado pelo dirigente atleticano, que contratou Emerson Leão. 

Aos poucos, o mandatário procurou montar um elenco, mas os resultados nos primeiros anos não foram os esperados e o Atlético acabou brigando para não cair no Brasileirão de 2010 e 2011. Naquele ano, o time viveu seu momento mais crítico sob comando de Kalil, ao levar 6 a 1 para o rival Cruzeiro e evitar assim a queda do time celeste para a segunda divisão nacional.

A goleada de 2011 foi considerada o marco para a reviravolta no futebol atleticano. Pressionado, Alexandre Kalil precisou dar resposta em campo. Manteve Cuca como treinador, contratou jogadores experientes nos anos seguintes, como Victor, Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Josué, entre outros. Dois anos depois, veio a conquista da Libertadores, inédita para o alvinegro mineiro.

Réver, Leonardo Silva e Pierre estavam na derrota por 6 a 1 e foram titulares naquele duelo e seguem no elenco atleticano. Destes, apenas o atual capitão, Leonardo Silva, iniciou a final da Copa do Brasil como titular nesta quarta-feira. 

Após a derrota, o Atlético se recuperou e em 2012 brigou pelo título do Brasileirão, que não foi conquistado por pouco. Mas o vice-campeonato nacional foi determinante para a conquista da Libertadores no ano seguinte, em campanha histórica e que contou com resultados emocionantes e marcantes, como diante do Tijuana, nas quartas de final, quando Victor defendeu pênalti com os pés, na semifinal diante do Newell’s Old Boys e na final contra Olímpia.

Com a conquista do título da Copa do Brasil, o mandatário chegou ao seu quinto título em seis anos no comando do Atlético, situação que o coloca no hall do presidente que teve as conquistas mais importantes da história do time, com destaque para a Libertadores e, agora, o torneio nacional, que encerrou jejum de 43 anos sem a conquista de um título nacional.

Alexandre Kalil será sucedido justamente pelo seu atual vice, Daniel Nepomuceno, que será chapa única na eleição presidencial do Atlético que acontecerá no dia 2 de dezembro. O atual mandatário deixará o cargo em alta com a torcida e deixando a obrigação do novo mandatário alvinegro manter a boa relação com títulos.