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Campeão, Levir teve de superar desconfiança de atletas que temeram fracasso

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Belo Horizonte

28/11/2014 12h41

O técnico Levir Culpi terminou a Copa do Brasil com o título e em alta com o torcedor e com os jogadores do Atlético-MG. Porém, o início do treinador não foi tão positivo. As medidas adotadas pelo comandante não foram bem aceitas no começo pelos atletas.

O volante Leandro Donizete reconhece que Levir Culpi chegou com desconfiança. “Ele é brincalhão demais, quando ele chegou, pensei, vai acabar com o nosso time, mas ele é brincalhão demais, quando tava machucado, me disse que ainda bem que eu estava de fora, se não ia acabar com o time dele”, disse.

Levir Culpi teve problemas com as principais estrelas do elenco logo quando chegou ao Atlético. O treinador bateu de frente com Diego Tardelli e com Ronaldinho Gaúcho. O segundo deixou o time em agosto, após não se adaptar ao trabalho do comandante.

O comandante não teve facilidade na relação com os atletas. O longo tempo fora do Brasil quando ficou quase sete anos no Japão, criou desconfiança do grupo, que mostrava impaciência com a metodologia de trabalho do treinador.

"O início foi difícil, nós demoramos a conseguir entender o trabalho, o estilo dele,  mas aos poucos tudo foi se acertando. Os resultados apareceram, ele conseguiu fazer o time melhorar. O Levir é uma grande pessoa, grande treinador", admitiu Luan.

Porém, com bons resultados e um estilo diferente dos técnicos brasileiros, Levir conseguiu ganhar o grupo e com algumas decisões, moldou o elenco. “É um cara brincalhão, educado, só brinca na hora certa. É um amigo que eu tenho”, afirmou Donizete.

O fim da concentração em jogos em Belo Horizonte, o futebol ofensivo e o jeito espontâneo, conquistaram o grupo. Porém, a ideia de mudar o esquema tático utilizado pela equipe, passando a jogar com apenas um volante, assustou os atletas, que temeram pelo pior.

“Tirei sarro com ele demais, falei que é um burro com sorte demais, vou levar ele para o resto da vida, é um cara bacana, bom de trabalhar, ele colocou um volante só, quem no Brasil faria isso? Eu disse que ele ia atrapalhar, que a gente ia sofrer demais contra o Cruzeiro, mas ele confiou e deu certo”, lembrou Donizete.

Mas a mudança aproximou mais os atletas do treinador.  “Foi ali que ele chamou, disse que ia colocar um volante só, falei, contra o Cruzeiro? Meu Deus do céu. Se eles voltarem para marcar vai dar certo, eu não tenho qualidade, mas vou brigar aqui atrás para a bola não chegar, ele conversou com a turma e deu certo. A vitória deu alegria para a gente”, disse o volante.