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Plano de Zé Ricardo era 'promover' Muralha. E quase custou a vaga na semi

Muralha - Gilvan de Souza/Divulgação - Gilvan de Souza/Divulgação
O goleiro Alex Muralha teve uma atuação muito ruim no retorno ao time do Flamengo
Imagem: Gilvan de Souza/Divulgação

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/07/2017 04h00

O Flamengo está nas semifinais da Copa do Brasil. A classificação foi comemorada pela torcida, mas com dose considerável de revolta após a derrota por 4 a 2 para o Santos, na última quarta-feira (26), na Vila Belmiro. O retrato da insatisfação esteve principalmente na dupla Zé Ricardo e Alex Muralha. Ambos seguidos de perto por Rafael Vaz, responsável por um escanteio desnecessário que resultou no segundo do gol do Peixe.

O goleiro teve uma atuação absolutamente insegura durante toda a partida e falhou nos dois gols de Copete - o segundo e o quarto do Santos. Primeiro não conseguiu defender o cabeceio do rival. Depois, vacilou em uma saída errada do gol. A atuação abaixo da média de uma peça-chave quase custou a vaga na semifinal da Copa do Brasil, tragédia anunciada para um Flamengo pressionado na busca por títulos de expressão.

Mas a história do retorno de Muralha à meta rubro-negra envolve mais do que a escolha por um goleiro experiente para o jogo decisivo, segundo apuração do UOL Esporte. Primeira opção em 2016 e em quase todo o primeiro semestre, ele não entrava em campo desde 7 de junho, quando o Flamengo perdeu para o Sport por 2 a 0, pelo Campeonato Brasileiro. Sem clima com a torcida e em momento técnico ruim, o goleiro perdeu a posição para o jovem Thiago.O substituto também não teve uma sequência boa. Manifestou insegurança preocupante e fez a diretoria ir ao mercado para contratar Diego Alves, que será o titular absoluto no Brasileirão e na Copa Sul-Americana - as inscrições da Copa do Brasil terminaram em abril. Com a proximidade da estreia de um dos goleiros cotados para defender o Brasil na Copa do Mundo de 2018, uma decisão precisava ser tomada nos bastidores do Flamengo.

Quem seria o reserva imediato de Diego Alves? A escolha começou a ser feita na segunda-feira (24), quando a sinalização de que Muralha jogaria contra o Santos circulava pelo Ninho do Urubu. A opção da comissão técnica foi sintomática. A ideia era deixar o goleiro mais experiente, que até já esteve na seleção brasileira, como substituto natural do titular recém-contratado. Colocá-lo em campo no jogo decisivo, então, era abrir caminho para uma passagem natural de bastão para Diego Alves mais adiante, com ele como primeira opção. 

O investimento em Muralha foi maior, o salário é superior ao recebido por Thiago e existe a expectativa de que ele ainda possa voltar aos melhores dias. O mais jovem tem tempo para evoluir em todos os aspectos e seguir como uma opção no Rubro-negro. A escolha por Alex Muralha indicou o caminho pretendido pelo Flamengo para a posição. Quase custou caro, irritou bastante a maior parte da torcida, mas a vaga na semifinal foi garantida com todos os sustos e até flashes das recentes eliminações.

Questionado após o jogo sobre a atuação de Muralha, o técnico Zé Ricardo o elogiou e disse que a situação será avaliada para o confronto contra o Corinthians, domingo (30), pelo Campeonato Brasileiro. Se o plano definido for mantido, no entanto, o responsável pela meta flamenguista diante do Santos assistirá à estreia de Diego Alves do banco de reservas.

“Temos goleiros de alto nível no Flamengo. O Muralha não chegou na seleção brasileira à toa. Ele chegou pelos seus méritos. Precisou sair e treinou bastante, se recondicionou. Fez treinamentos de alto nível e achamos que era o momento de retornar em um jogo difícil. De nível emocional bastante alto também. Acho que ele foi bem, as participações dele nas bolas foram boas. Vamos avaliar certinho para domingo”, encerrou.